O Bom ladrão

 

Os Evangelhos narram os últimos minutos de vida do Bom Ladrão, porém, nada mais se sabe a respeito da sua vida, desde a infância até à hora da crucifixão. Onde faltam os dados históricos, surgem as lendas encantadoras e piedosas, como esta.

Era já madrugada quando um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: "Levanta-te, toma o menino e a sua mãe, e foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes há-de buscar o menino para o matar".

José depressa arreou o jumento e fez os preparativos pára a longa viagem. Maria envolveu cuidadosamente o seu Filho para, O proteger do frio da noite, e a Sagrada Família pôs-se em marcha rumo à distante terra dos Faraós.

Encontro com um bando de salteadores

Após cruzar as fronteiras da Idumeia, considerando-se já salvo da perseguição de Herodes, José viu levantar-se no deserto, a curta distância, uma nuvem de poeira. Observou com atenção e percebeu tratar-se de uma quadrilha de bandidos. Sem demora, abrigou-se com Maria e Jesus atrás de umas árvores coníferas chamadas terebintos.

— Paremos aqui um minuto — disse Lamec, o chefe do bando.

Alguns instantes depois, ao perceber que tinham pessoas por perto, os bandidos, que temiam uma emboscada, empunharam as armas. Lamec, porém, exclamou com voz imperiosa:

— Não se precipitem! Parece ser uma família de bem, havemos de a respeitar, conforme pro-meti a Javé.

— Fico-lhe muito grato pela protecção. Sou um pobre pai de família, vou com a minha esposa ao Egipto. Não temos dinheiro e os poucos víveres que trazíamos estão quase acabados.

— Senhor — disse Lamec — nada temais de nós.

Coisa surpreendente! Aqueles homens embrutecidos pela vida criminosa, sentiram-se envolvidos pela candura, suavidade e bondade daquela jovem senhora cujo rosto contemplavam com enlevo e foram-se pôr de joelhos diante dela e do Menino. Somente um deles, Barcaím, permaneceu de pé, em atitude arrogante.

— Senhora, se quiserdes, rogo-vos acompanhar-nos ao nosso alojamento, que não dista muito deste lugar. Lá, a minha esposa, Sela, servir-vos-á de bom grado uma bebida fresca e tudo o mais que necessitardes, e o mesmo faremos todos nós — propôs Lamec.

Maria agradeceu o convite e seguiu com José e o Menino o caminho indicado pelo chefe do bando.

Sela, mulher de Lamec, tinha um filho de dois anos de idade chamado Dimas, o qual padecia de uma doença repugnante: todo o seu corpo estava cheio de chagas purulentas.

Ao chegar à entrada da gruta onde se refugiavam os malfeitores, Lamec gritou:

— Sai, Sela! Nada temas. Vem e serve, como tua senhora, Maria de Nazaré.

Sela saiu do seu esconderijo e, ao ver a Virgem e o Menino, ficou tão deslumbrada que logo se foi prostrar diante de Maria, dizendo-lhe radiante de alegria:

— Eis aqui a vossa escrava; em que vos posso servir?

Ao descer do jumento, a Virgem fitou-a nos olhos com transbordante ternura e respondeu-lhe:

— Só te peço que me dês um pouco de água para banhar o meu filhinho, a quem a poeira e o terrível calor do deserto fazem sofrer.

Sela apressou-se em trazer uma selha cheia de água cristalina.

— Aqui está, Senhora. Dizei-me o que mais desejais, pois o meu coração alegra-se em ser a vossa servidora.

A recompensa da admiração e do serviço

Então, Maria banhou naquela água pura e fresca o seu filho Jesus, que se mostrava muito satisfeito.

Enquanto isso, Sela fora buscar Dimas. Ao vê-lo chegar prostrado num berço de palhas, o Menino Jesus olhou compassivamente para ele. Depois tirou do berço dois minúsculos pedaços de pau, com os quais fez uma pequena cruz e, por gestos, deu a entender que ela deveria ser entregue ao seu amigo doente. Pouco depois, Maria e José agradeceram ao casal de bandidos a boa acolhida, despediram se e partiram. Sela ficou triste ao velos sair.

Nunca mais me poderei esquecer do olhar desta senhora, da bondade do seu marido e da ternura do menino!" — disse a Lamec. Acompanhou-os com o olhar, até desaparecerem, aos poucos, no deserto. Ao retornar à gruta, pareceu-lhe acordar de um sonho maravilhoso. Somente um doce sentimento de alegria no mais fundo do seu coração materno lhe garantia não ter sido um mero sonho, mas uma promissora realidade.

Agora ela precisava de cuidar do seu filho chagado. Ao olhar para a selha, não conteve uma exclamação de espanto. A água na qual tinha sido banhado o Menino Jesus estava muito mais cristalina do que quando saíra da fonte! Tomou imediatamente o filho e mergulhou-o naquela água. Quando o retirou, estava perfeitamente são!

A gratidão de Sela e de Lamec foi indizível. Olharam estupefactos para a pele reluzente do pequeno Dimas. Todos os bandidos, esqueceram por um instante a vileza das suas vidas, puseram-se a chorar e disseram: "Este menino será abençoado entre todos nós!"

Todos, menos um...

 Barcaím não participou da alegria geral. Ele tinha a ambição de assumir o comando da quadrilha, e o filho de Lamec era o seu concorrente.

Passaram-se os anos, Dimas cresceu... e aprendeu o "ofício" de bandido. Robusto, hábil e ousado, assumiu com facilidade a chefia do bando, após a morte do pai. Barcaím separou-se deles e formou a sua própria quadrilha de ladrões.

Tudo corria bem na vida criminosa de Dimas, até que um dia, ao entrar na casa de um centurião romano a fim de roubar armas para o seu bando, foi preso e levado para a masmorra da fortaleza.

O carcereiro revistou-o e, não encontrou nada a não ser uma cruz feita de dois pequenos ramos secos. Deixou-a com ele por não ter valor nenhum.

Dimas sabia bem que dali sairia apenas para sofrer a mais infamante das mortes. Olhou para aquela pequena cruz da qual, inexplicavelmente, nunca quis se separar, e de repente sentiu inúmeras recordações virem-lhe ao espírito: a gruta a sua mãe Sela, a bela Senhora com o seu Filho, a sua doença repugnante, a selha de água, o milagre... Uma voz de troça interrompeu as suas cogitações.

— Uma cruz, Dimas... Não precisas desta. Em breve, terás uma muito maior...

Era Barcaím, o seu antigo companheiro de banditismo, o qual fora preso na véspera, quando tentava roubar alguns vasos sagrados do Templo.

Dimas não lhe deu atenção. Num gesto inusitado, beijou a cruz sumamente comovido, retirou-se para um canto e, pela primeira vez na sua vida, pôs-se a rezar. Pouco tempo depois, ouviu um tumulto que crescia na rua, imprecações, gritos, entre os quais conseguiu distinguir esta frase:

— Crucifica-o! Crucifica-o!

"Hoje estarás comigo no Paraíso"

Antes mesmo de poder aproximar-se da grade para ver quem era esse infeliz, entraram vários guardas, agarraram Dimas e Barcaím e empurraram-nos violentamente para fora, cada qual com uma cruz. Ei-los a caminho do Monte Calvário, a seguir o outro condenado, que eles não conheciam.

Dimas sofria tanto que não conseguia ver nada além do chão e da face de ódio dos carrascos. Afinal, chegaram ao alto do monte. Sob terríveis torturas, foram crucificados os três condenados. Dimas à direita, o desconhecido ao centro, o Barcaím à esquerda.

 

Dimas procurava ver a fisionomia do terceiro crucificado. Afinal, conseguiu. Um rosto desfigurado por golpes violentos, marcado pelos sofrimentos, coberto de sangue... Era irreconhecível. Mas — coisa maravilhosa! — Apesar de tudo isto transparecia nele aquela luz e aquela bondade que o bandido julgava ter visto noutra ocasião. Em certo momento, o desconhecido abriu os olhos e fitou-os nele. Ah! Esses olhos cheios de compaixão, Dimas reconheceu-os logo, e sentiu-se comovido no mais íntimo do seu coração. Mas, antes de poder dizer qualquer palavra, ouviu Barcaím blasfemar: — Se és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós também.

Então, cheio de santa indignação, Dimas repreendendo-o, disse:

— Não temes a Deus, nem sequer, no local do teu suplício? Nós, em verdade, aqui estamos para pagarmos a pena merecida pelas nossas culpas. Este, porém, é inocente e não fez nenhum mal.

Voltando-se novamente para o terceiro crucificado, Dimas leu, numa tabuleta sobre a sua cabeça, a seguinte inscrição: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus". Sim — pensou — mas ele não é apenas rei; é muito mais, é o Messias! Ele que me curou das chagas corporais, pode curar-me também das chagas dos meus pecados. E implorou em alta voz: — Senhor, lembrai-vos de mim quando estiverdes no vosso Reino! Então, Jesus com uma voz de infinita misericórdia, respondeu: — Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso.

 

 

 

Fonte:Histórias para crianças( Custodios de Maria)

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