Santa Quitéria
Santa Quitéria nasceu em Braga no ano 120 da nossa era. Do mesmo parto nasceram mais 8 meninas. 0 Pai das gémeas era pagão e alto funcionário do Imperador de Roma. Na altura do nascimento encontra-se ausente, acompanhando o Imperador Adriano em viagem pela Península Ibérica. A mãe, igualmente pagã, achando que um parto tão insólito era agoirento, decidiu desfazer-se das crianças. Encarregou uma das suas criadas, de nome Cita, mulher humilde e cristã, de, pela calada da noite, afogar no rio as 9 meninas. Cita não quis desobedecer à ordem da sua senhora e retirou de casa as meninas mas, em vez de as afogar, levou-as ao bispo de Braga, Ovídio, que as baptizou e protegeu, provendo à sua alimentação e educação. Deu-lhes os seguintes nomes: Quitéria, Genebra, Vitória, Marinha, Marciana, Germana, Brasília, Liberara e Eufémia.
Depois de adultas, e conhecedoras do perigo a que haviam estado expostas, decidiram viver em comum numa casa nos arrabaldes de Braga. A vida fervorosa, alegre e devota que levavam começou a ser conhecida e a despertar admiração. No entanto, estava-se em época de perseguição aos cristãos. Também na província romana de Braga foi movida perseguição feroz aos seguidores de Cristo. Presas e algemadas, as 9 gémeas foram levadas à presença do Governador, seu pai.
Posto ao corrente do que se tinha passado, tratou-as como suas filhas que eram, e prometeu-lhes uma vida condizente com a sua origem nobre. Impôs apenas uma condição: renegarem a fé cristã e prometerem culto aos ídolos dos romanos. As donzelas recusaram liminarmente tal pretensão e, vendo crescer a ira de Atílio, pai e Governador, conseguiram fugir do palácio e dispersar-se por toda a zona onde actualmente se situa o Minho e a Galiza. Perseguidas e capturadas, acabaram por ser martirizadas em diversos pontos desta área geográfica.
Quitéria, contudo, ainda foi levada novamente à presença do pai, que lhe tinha preparado noivo e casamento. Quitéria recusou e, aconselhada por um anjo, refugiou-se na cidade de Eufrásia, situada no monte de Pombeiro. Com outras jovens cristãs, Quitéria formou ali uma pequena comunidade. 0 Pai fez outras tentativas de dissuadi-la, mas Quitéria manteve-se firme na sua fé. Acabou por ser decapitada a 22 de Maio de 135 por Germano, aquele precisamente que o pai lhe tinha destinado como esposo. Todas as outras jovens que viviam com ela foram igualmente martirizadas. Diz a tradição que no local martírio começou a jorrar uma fonte, ainda hoje chamada a fonte de Santa Quitéria.
Oração a. Santa Quitéria
Antífona: Vinde esposa de Cristo, casta, vigilante e forte, pois o Senhor vos assinalou e escolheu para testemunhar e guardar a fé.
VI Rogai por nós, Santa Quitéria.
R/ Para que sejamos amos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Ó Deus que em Santa Quitéria nos destes um exemplo de perseverança na fé, pela coragem, na confissão do Nome de Cristo, ajudai-nos a não vacilar e a ser testemunhas do Evangelho neste tempo de tantos enganos e seduções para sermos fiéis depositários do tesouro da fé que pelo Baptismo nos confiastes. Por Cristo, nosso Senhor Ámen!
( Elementos recolhidos em: PINHO NUNES, P: Santa Quitéria, Felgueiras, Edição da Confraria, 1972 )