Usos e costumes
NOS NASCIMENTOS:
Debaixo do travesseiro era costume colocar-se uma meada de linho contra as mordeduras de bruxas.
O cordão umbilical dava-se a um galo para que o bebé cantasse bem, e não deixar que outros animais o comam, principalmente os ratos, pois poderia o bebé ser ladrão como eles.
Quando se desse banho à criança deitavam ouro e dinheiro, para que a criança quando crescesse tivesse amor ao dinheiro.
As crianças enquanto pequenas, não deviam andar de noite, para o poderem fazer, a mãe tinha que levar o chapéu do pai ou então era o pai que o levava ao colo.
A mãe na guarda do mês, não podia abrir gamelas e tinha que usar um lenço na cabeça.
NOS FUNERAIS:
Quando morrem pessoas não se deve comer carne, senão está a pedir-se mais mortes.
Enquanto o defunto estiver em casa, as pessoas devem manter-se junto dele.
No caixão deitavam-se moedas antigas para os defuntos pagarem a passagem a S. Pedro.
FESTA DOS VIÚVOS:
Quando consta que algum viúvo está para casar, logo todo o mundo sabe do acontecimento. Por vezes, não se sabe ao certo, qual o viúvo que vai casar ou se uma das partes é solteira, o que gera uma corrente de inúmeros investigadores do boato, que pode resultar verdadeiro ou falso.
Se o casal tem filhos crescidos, estes começam a receber parabéns pela sorte, de em breve terem uma madrasta ou padrasto de trás da orelha. O viúvo servindo-se da sua inteligência, faz os possíveis e impossíveis para conseguir o "sim" da pretendida e em seguida apressa-se a tratar dos papeis necessários para o casamento.
Três pontos fracos que levam à descoberta do casamento são, os atestados da junta de freguesia, o registo civil e o cartório paroquial. Por muito que se ocultem os movimentos, a novidade chega sempre aos ouvidos de todos.
Na maioria das vezes, quem os denuncia são as comadres da noiva ou os compadres do noivo, pois sempre há-de haver um entre eles, que denuncia o acontecimento aos rapazes, para se logo organizar a festada.
(Fonte: "Revista das Vitórias 2001