O cancro é uma doença genética

 

 

O cancro é uma doença genética

Prof. Doutora Maria Carmo Fonseca

 

Aproximadamente um em cada três europeus desenvolve um cancro ao longo da sua vida. A transformação de uma célula normal numa célula cancerosa é causada por uma acumulação de alterações genéticas sucessivas. Algumas dessas alterações ocorrem espontaneamente, outras são induzidas pelo ambiente e outras ainda são herdadas. Identificar um cancro hereditário é muito importante para a sua prevenção e tratamento. O corpo humano corresponde a uma complexa sociedade composta por milhares e milhares de células que vivem em perfeita harmonia. Para que o corpo seja saudável, todas as células devem colaborar entre si. Mas por vezes há células que se "revoltam" contra a ordem social e passam a ter um comportamento individualista e egoísta. Estas células "fora-da-lei" proliferam de modo descontrolado dando origem a um tumor. À medida que se reproduzem incessantemente, as células renegadas vão adquirindo comportamentos cada vez mais anti-sociais e acabam por invadir e destruir as células normais conduzindo à morte. Todas as alterações de comportamento das células cancerosas são devidas a perturbações no seu material genético ou ADN. No corpo humano adulto, cada órgão mantém a sua forma e tamanho constantes. Isto quer dizer que o número total de células não se altera. Na pele, por exemplo, as células das camadas mais superficiais vão progressivamente morrendo e soltam-se como minúsculas escamas. Por cada célula que morre, há uma nova célula que nasce para a substituir. Como sabem as células quando se devem reproduzir? Através de um conjunto de sensores que recebem sinais do exterior e transmitem ordens aos genes. O problema acontece quando um destes genes que controla a divisão celular perde a sua estrutura química normal. A alteração química da molécula de ADN faz com que a célula se divida independentemente de receber ou não sinal para o fazer. Em consequência o número de células vai progressivamente aumentando, dando origem a um tumor que se pode observar à superfície da pele.

Uma cópia com erros:

 

 

 

Cada vez que uma célula se divide, tem de copiar todo o seu material genético para a célula filha. Ora, ao fazer uma cópia podem ocorrer erros. Quanto mais vezes uma célula se divide, maior a probabilidade de surgirem erros. Isto faz com que, ao longo da vida de um tumor, vão aparecendo novas alterações genéticas. Algumas destas alterações acabam por tornar o tumor mais agressivo, dando-lhe capacidade de invadir as células vizinhas da pele normal e colonizar outros órgãos (formação de metástases). Qual a origem das alterações genéticas causadoras de cancro? Em muitos casos são alterações espontâneas na estrutura química da molécula de ADN, outras vezes são erros na cópia do material genético durante a divisão celular. Em qualquer destes casos as alterações ocorrem ao acaso, pelo que seria de esperar que a incidência de cancro fosse semelhante para todas as pessoas. No entanto, quando se estuda a frequência dos vários tipos de cancro (conhecem-se mais de 100 tipos distintos de cancro) na população mundial, detectam-se grandes variações. Por exemplo, o cancro da pele (melanoma) é muito mais frequente na Austrália do que no Japão, o cancro do fígado é muito mais frequente na China do que no Canada, e o cancro da mama é muito mais frequente no Norte da Europa do que na China. Esta grande variação deve-se ao facto de que, para além das modificações químicas aleatórias, o cancro é também causado pela hereditariedade e pelo ambiente. Entre os factores ambientais contam-se a dieta, o tabaco, a infecção por certos vírus e a exposição a radiações (por exemplo, radiação ultravioleta por exposição ao sol). A importância dos factores ambientais fica bem demonstrada por estudos da incidência de cancro em populações que migraram de um país para outro. Por exemplo, os japoneses que vivem no Japão têm uma incidência de cancro do estômago seis a oito vezes maior do que os americanos. Esta diferença poderia ser devida ao facto de os japoneses serem portadores de genes distintos dos americanos. No entanto, quando os japoneses migram para os Estados Unidos, passam a ter uma incidência de cancro do estômago semelhante à dos americanos. Isto quer dizer que, com o mesmo material genético, a probabilidade de ter cancro varia com o ambiente em que se vive.

Quando tem um cancro causa hereditária?

Quando vários membros de uma família sofrem de cancro, particularmente se sofrem do mesmo tipo de cancro, este tem causa hereditária. Importa lembrar que existem múltiplos tipos de cancro. Quando, numa família, o avô paterno sofreu de cancro da próstata, e a prima da mãe teve cancro da mama, provavelmente não há razão para pensar em cancro hereditário. No entanto, se a avó materna e uma irmã da mãe tiveram cancro da mama, já se deve suspeitar de cancro da mama hereditário. Quando uma pessoa tem familiares com cancro deve aconselhar-se com o seu médico no sentido de perceber se corre, ou não, risco de vir a ter um cancro hereditário. Apesar de todos os cancros terem como causa uma série de alterações genéticas, a grande maioria dos cancros não são hereditários. Nos cancros não hereditários, as alterações genéticas ocorrem ao longo da vida do indivíduo e não são transmitidas aos seus filhos. No caso dos cancros hereditários existe uma alteração genética que é passada de pais para filhos. Esta alteração não é, por si só, suficiente para causar cancro, mas aumenta muito a probabilidade de vir a ter cancro. Entre os cancros com causa hereditária mais frequente encontram-se o cancro do cólon e o cancro da mama. Em ambos os casos são conhecidos os genes mais habitualmente alterados. Assim, quando o médico suspeita de um cancro familiar, solicita um teste genético para confirmar o diagnóstico. No caso de o teste ser feito a uma pessoa já com cancro, um resultado positivo tem consequências importantes. Primeiro, para o tratamento da própria pessoa (o modo de tratar um cancro hereditário pode ser distinto de tratar um cancro não hereditário). Segundo, para alertar os filhos e filhas dessa pessoa para o risco de terem recebido o gene alterado. Quando uma pessoa saudável (isto é, sem cancro) faz o teste e tem um resultado positivo, esta pessoa passa a ter indicação para fazer um programa de vigilância específico de modo a detectar, o mais precocemente possível, o eventual aparecimento do cancro.

Professora Doutora Maria Carmo Fonseca

Directora do Instituto de Medicina Molecular e da GenoMed Diagnósticos de Medicina Molecular  SA

 

 

<< Fonte: FARMÁCIA SAÚDE - ANF >>

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