Por favor, não me sacudam!

 

 

Por favor, não me sacudam!

 

Se os bebés falassem era este o apelo que fariam aos pais sempre que, frustrados com o choro incessante, se sentem tentados a abaná-los, numa tentativa desesperada para os acalmar. Mas este é um gesto com consequências graves: lesões cerebrais e até a morte podem ser o desfecho.

 

Os bebés choram. E choram muito. Porque têm fome, sede, frio, calor, porque têm a fralda molhada ou suja, porque há muito barulho à sua volta, porque têm cólicas, porque estão desconfortáveis, porque querem mimo...

Porque sim!

 

Chorar é a linguagem dos bebés, uma linguagem muito própria que exige dos pais um constante trabalho de descodificação, tentar perceber as quase imperceptíveis alterações na tonalidade e intensidade do choro. De tal forma que às vezes só os pais - outras nem os pais - as distinguem. Ainda privados do dom da palavra, é assim que os bebés se integram no mundo e integram o mundo em si próprios. Primeiro choram, mais tarde sorriem, depois lá virão os primeiros sons articulados e finalmente as palavras. Códigos que os adultos tentam assimilar, nem sempre com sucesso. Pais e filhos crescem ao mesmo tempo, afinal... Mas o que fazer quando eles não estão doentes, não têm fome, nem sede, nem frio nem calor e a fralda está limpa e seca e, ainda assim, insistem em chorar como se o mundo fosse acabar? O que fazer quando eles choram inconsoláveis, resistindo a todos os mimos e truques que os pais conhecem e inventam para os acalmar? O que fazer quando embalar o berço ou passeá-los ao colo é o mesmo que nada fazer? À medida que todas as tentativas fracassam, vai aumentando o stress dos adultos, à beira de um ataque de nervos sem que a bonança pareça tomar o lugar da tempestade. Às vezes é o descontrolo, a irracionalidade dos comportamentos perante a irracionalidade do choro. E os adultos agarram na criança e abanam-na, como se quisessem exorcizar o choro. Agitam-na no ar, vezes sem conta, em movimentos imparáveis de vai e vem, até que ela de facto se cala.

 

 

Lesões para a vida ou a vida em risco

 

Porém, danos severos podem ter sido entretanto causados no pequeno corpo. Danos que não se notam e para os quais os pais ainda estão pouco alertados. Porém, em países como os Estados Unidos há muito que se investiga este fenómeno, a que médicos deram o nome de shaken baby syndrome - numa tradução literal para o português "síndrome do bebé sacudido/abanado". Que danos são afinal esses? Quando um bebé é agitado vigorosamente, a cabeça move-se para a frente e para trás, num sem número de movimentos repentinos que aumentam a pressão sobre o cérebro e podem causar hemorragias. Basta lembrar que a cabeça de um bebé é desproporcionalmente grande por comparação com o resto do corpo, assemelhando-se a um pêndulo quando agitada de um lado para o outro. O grau de dano cerebral depende da quantidade e duração dos abanões, se bem que ainda não esteja definido um limite a partir do qual existe perigo para a criança. Mas casos há em que bastam cinco segundos para produzir estas lesões. O que se sabe é que os sinais e sintomas desta síndrome compõem um vasto espectro de alterações neurológicas, que vão desde vómitos, letargia, tremores e irritabilidade a situações mais graves como ferimentos, coma e mesmo a morte. Na origem destas alterações neurológicas está a destruição de células cerebrais em consequência do trauma, falta de oxigénio e inchaço do cérebro. Na maioria dos casos ocorrem também hemorragias na retina num ou nos dois olhos. Em casos mais violentos, são igualmente frequentes fracturas nos ossos dos membros superiores e inferiores e nas costelas. Porém, na maioria das vezes não há sinais exteriores de trauma, na cabeça ou no corpo, o que torna mais difícil o diagnóstico. Mas o trauma existe e, segundo os estudos já desenvolvidos, em 20 por cento dos casos conduz à morte do bebé. Nos que sobrevivem é possível encontrar sequelas como desordens na aprendizagem e alterações comportamentais, atraso no desenvolvimento mental, paralisia e cegueira. Para quem provavelmente nunca ouviu falar nesta síndrome, o quadro é de facto assustador. E suscita dúvidas: o que acontece àquelas brincadeiras de que as crianças tanto gostam em que os pais as atiram ao ar e dão reviravoltas? Não têm de acabar! Se as brincadeiras forem adequadas à idade muito dificilmente causarão danos físicos. É claro que atirar um bebé ao ar contém os seus riscos, mas o maior de todos é se ele cair ao chão. Aliás, há uma substancial diferença na força usada quando se abana violentamente um bebé e naquela que está presente quando ele simplesmente tropeça e cai: é que no primeiro caso é dez vezes superior.

 

 

Uma forma de maus-tratos

 

 

 

Esta é uma síndrome que anda muito associada aos episódios de maus-tratos infantis. Pelos hospitais portugueses passam casos de bebés que acabaram por morrer em consequência de violência sobre eles exercida pelo adulto que devia tomar conta mas não soube controlar os impulsos, agitando-o, agitando-o até conseguir que se calasse. É claro que, em circunstâncias normais, quando um pai tenta a todo o custo acalmar o choro desesperante de um bebé não pretende magoá-lo. Mas é isso que acontece se decidir sacudir o pequeno corpo até o choro cessar. A verdade é que o bebé deixa de chorar e nada no seu comportamento imediato indicia que possa ter sido magoado. Mas, ironicamente, a presença de uma lesão pode fazer precisamente com que o choro acabe. E quando um bebé deixa de chorar, o comportamento do adulto, inicialmente ditado pelo stress, pode passar a ser a regra, usado de cada vez que o pequeno ser resolve manifestar-se ruidosamente. É um perigoso ciclo vicioso para o qual pais e educadores devem estar alerta. Por isso, da próxima vez que o seu bebé decidir chorar com toda a força dos seus pequeninos pulmões, comece por contar até 20, até 50 ou até 100, se necessário for...

 

 

 

Lembre-se que...

Da próxima vez que o seu bebé chorar desalmadamente não desespere. Lembre-se que:

• Um bebé normal pode passar duas a três horas por dia a chorar;

• Há mil e uma maneiras de acalmar um bebé;

• O choro funciona como um isco: aumenta o stress dos pais, atrai a sua fúria e leva a comportamentos descontrolados;

• Abanar um bebé pode ser perigoso, podendo causar-lhe danos severos ou mesmo a morte;

• A força de um pai à beira de um ataque de nervos aumenta significativamente;

• Não pegue no bebé quando estiver a ter uma discussão;

• Não brinque com o bebé abanando-o;

• Um bebé que chora não faz de si um mau pai ou uma má mãe: deixá-lo chorar também não, desde que o vá vigiando.

 

 

 

 Se um bebé chora...

 

 

 

Quando um bebé chora está a comunicar as suas necessidades e desejos, a fazer queixas e a reclamar cuidados. Por isso, quando o seu bebé chorar verifique:

• Se está na hora de comer ou se tem sede;

• Se tem frio ou calor;

• Se a roupa está demasiado apertada;

• Se a fralda está molhada ou suja;

• Se tem cólicas ou qualquer outro sintoma físico.

Se a resposta a estas hipóteses for negativa e ele continuar a chorar, tem duas hipóteses:

Ou espera que ele se acalme por si ou tenta acalmá-lo (o que acontece quase sempre, pois não há pai ou mãe que resista ao choro do seu bebé...). Se optar por apaziguar o choro pode tentar algumas estratégias:

• Fale com ele, cante-lhe uma canção de embalar, faça-o ouvir música suave;

• Relaxe-o com massagens suaves - o toque é um verdadeiro calmante;

• Embale-o ao colo ou sobre os joelhos;

• Ofereça-lhe a chucha;

• Distraia-o com um brinquedo colorido ou que emita sons;

• Coloque-o no carrinho e dê um pequeno passeio na rua;

• Peça ajuda, se puder, de modo a evitar entrar em stress;

• Deixe-o chorar se nada resultar;

• Aconselhe-se com o pediatra se o choro se mantiver e a sua preocupação também.

 

 

Faça tudo o que estiver ao seu alcance, mas nunca por nunca sacuda o seu bebé

 

 

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