Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel

Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel

Uniram esforços e criaram, em 1998, a Rota do Românico do Vale do Sousa

Descrição: C:\Users\ManuelAntonio Leite\Pictures\ValedoSousa.jpg Arte nacional com características muito peculiares

A arquitectura românica, com origem nas distantes terras francesas, desenvolveu-se de um modo muito particular nos cenários bucólicos da bacia do Sousa. Percorremos a Rota do Românico do Vale do Sousa e revelamos-lhe algumas singularidades artísticas dos monumentos da região.

O rio Sousa é um modesto afluente da margem direita do Douro, pelo que dificilmente mereceria destaque nestas páginas. No entanto, quis o destino que na sua bacia, com uma rede hidrográfica muito densa e ramificada, se desenvolvessem condições físicas e sociais, durante o período compreendido de finais do século XI até ao século XIII, que acabaram por marcar um invulgar legado arquitectónico da Idade Média: o românico do Vale do Sousa.

Nos templos das províncias do Norte de Portugal, a arquitectura românica caracteriza-se por apresentar construções sem grande altura, atarracadas e sólidas, com grandes pórticos ladeados por capitéis esculpidos com símbolos, animais e vegetais. Com o passar do tempo, este modo de construção foi sendo progressivamente substituído pelo gótico, fazendo que os edifícios religiosos ganhassem altura e os pórticos de volta redonda fossem dando lugar aos arcos ogivais.

No entanto, no Vale do Sousa, o estilo românico exibe-se de uma forma muito particular. A sua singularidade, que o distingue do românico português e europeu, evidencia-se essencialmente nos temas e nas técnicas usadas na ornamentação das entradas e dos longos frisos que decoram os espaços religiosos. A técnica do bisel, que recorre ao corte feito obliquamente, potencia os efeitos de luz e sombra que favorecem a clareza dos motivos esculpidos, sobretudo vegetalistas e geométricos. Segundo os peritos, esta decoração, que retoma práticas das épocas visigótica e moçárabe, a que se associam ainda colunas prismáticas com bases bulbiformes, confere uma personalidade muito própria à arte românica que se pode descobrir nas bacias do Sousa e do Baixo Tâmega.

Como tudo começou

Viviam-se os alvores da nacionalidade quando duas das cinco primeiras famílias nobres portuguesas, os Sousa e os Ribadouro, se assenhorearam das produtivas terras agrícolas que ladeavam o rio Sousa e a sua área de influência, que se estendia até ao Tâmega e à beira Douro. Dos Sousas, que tomaram o seu apelido das Terras de Sousa (em alusão ao rio), destaca-se o nome do seu primeiro representante na região, Gonçalo Mendes de Sousa, cavaleiro que acompanhou o rei D. Afonso Henriques na batalha de Ourique, uma das mais importantes para a formação do reino de Portugal.

Dos Ribadouro, sobressai uma das mais notáveis figuras dos alvores da nacionalidade, Egas Moniz, personalidade de alta condição nobiliárquica a quem D. Teresa e D. Henrique confiaram a educação do filho, que viria a ser o primeiro rei de Portugal. O seu nome ficou também associado a um acontecimento que pode ser relembrada num magnífico painel de azulejos que recobre o átrio da Estação de São Bento, no Porto. Quem não se lembra da comovente cena do aio Egas Moniz de corda ao pescoço, acompanhado pela família, a apresentar-se ao rei de Leão para pagar com a própria vida a falta de cumprimento da promessa de vassalagem que D. Afonso Henriques nunca cumpriu? Segundo o historiador José Hermano Saraiva, este célebre feito de lealdade parece situar-se “na penumbra que separa a lenda da História”, algures entre a “patriótica fantasia e a verdade documentada”. Tenha sido realidade ou ficção, não deixou, contudo, de merecer a eternidade nos “píncaros da fama poética portuguesa”, ao ser inscrito por Camões no Canto Terceiro d’Os Lusíadas.

Na peugada destas famílias nobres que se estabeleceram nos territórios da bacia do Sousa e sob seu favorecimento, instalaram-se igualmente importantes conjuntos monásticos e igrejas paroquiais que rapidamente se converteram em pólos sacraliza-dores das comunidades rurais, assegurando a sua protecção divina. A instalação de coutos religiosos, sobretudo nas margens férteis dos cursos de água, garantia ainda educação à nobreza e favoreceu a evolução destas terras e das suas gentes.

A riqueza agrícola, aliada à importância das famílias nobres aqui radicadas, que tiveram um papel preponderante na expansão e no povoamento do território durante a primeira dinastia, contribuiu igualmente para o crescimento demográfico da região e para a construção de um importante e valioso património de edifícios românicos.

Rota dos mosteiros

Conscientes deste legado excepcional e desta riqueza histórica, que é parte integrante da memória colectiva das Terras do Vale do Sousa, os municípios de Castelo de Paiva, Felgueiras, Lousada, Paços de Ferreira, Paredes e Penafiel uniram esforços e criaram, em 1998, a Rota do Românico do Vale do Sousa, actualmente Rota do Românico (https://www.rotadoromanico.com). Este roteiro, que se encontra devidamente sinalizado em toda a região e se estende por um percurso viário de cerca de duas centenas de quilómetros, constitui um convite para uma viagem inspiradora em torno de 21 elementos patrimoniais, doze dos quais classificados como “monumento nacional”.

Da rota fazem parte monumentos erguidos em pedra dura num estilo rural, e que incluem quatro mosteiros beneditinos, dez igrejas, dois memoriais, duas pontes e duas torres senhoriais. Embora todos eles constituam lugares com história, recheados de segredos apaixonantes e de estórias para contar, faremos apenas uma breve incursão aos mais notáveis e representativos, deixando o convite para que o leitor ponha pés ao caminho e vá descobrir os restantes, dispondo de tempo para fruir do que eles têm para mostrar.

Comecemos este périplo histórico-cultural pelo Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel, “um monumento assaz importante para a compreensão da arquitectura românica do Vale do Sousa”, segundo Lúcia Maria Cardoso Rosas, investigadora do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Também na opinião de José Hermano Saraiva, trata-se de “um dos mais antigos e mais evocadores monumentos da Idade Média”, pelo que a sua importância não se circunscreve apenas aos territórios do Sousa. Este velho mosteiro beneditino foi pertença da família Ribadouro e ainda hoje guarda memória desses tempos, ao conservar no seu interior o túmulo de Egas Moniz.

De acordo com Lúcia Rosas, o Mosteiro de Paço de Sousa, como é comummente conhecido, “tem origem na fundação de uma comunidade monástica que remonta ao século X” e constitui “um edifício-padrão onde as tradições locais e as influências do românico de Coimbra e do Porto se miscigenaram, padronizando o tipo de românico nacionalizado das bacias do Sousa e do Baixo Tâmega”. Assim, apresenta um modo muito próprio de decoração, tanto pelos temas que utiliza como pelas técnicas empregues na escultura (que são típicas daquelas bacias): colunas prismáticas nos portais, bases bulbiformes, padrões decorativos vegetalistas (vides, acantos e palmetas) talhados a bisel e longos frisos, que existem tanto no interior como no exterior do templo.

A poucos quilómetros, mas já no concelho de Paredes, descobre-se o Mosteiro de São Pedro de Cete, cuja fundação também remonta ao século X e a tradição atribui a D. Gonçalo Oveques, sepultado na capela funerária. Alvo de modificações posteriores, a igreja é já da época gótica, como atestam diversas características: o arranjo da fachada, a relação entre comprimento e largura e a escultura dos capitéis e dos cachorros, entre outras. Segundo Jorge Rodrigues, na sua obra O Modo Românico, “a fachada impressiona imediatamente pela sua irregularidade, graças à altura, à grande torre ameada do lado norte e, sobretudo, ao gigantesco contraforte, sensivelmente ao centro, de decoração manuelina”. A curiosa torre, de aspecto robusto, que ajuda à irregularidade da fachada, além da sua função sineira, parece ter tido um importante sentido simbólico e defensivo. São ainda dignos de registo os sarcófagos que se espalham pelo claustro do mosteiro e que se julga terem guardado restos mortais de cavaleiros, conforme indiciam as espadas esculpidas nas tampas pétreas.

Já no chamado Percurso Norte da Rota do Românico, visita-se o Mosteiro de São Pedro de Ferreira, a cerca de quatro quilómetros de Paços de Ferreira, considerado por Lúcia Rosas “um dos mais cuidados monumentos do românico português”. De origens ainda não completamente esclarecidas, a igreja é precedida de um galilé ou nártex descoberto (estrutura que aparenta uma função inicial defensiva), com um campanário de dois vãos e cimalha de duas águas, “constituindo caso único no românico português”, salienta Jorge Rodrigues. Este especialista em arte românica refere ainda que “a excelente escultura do templo é essencialmente vegetalista e geométrica, com a influência de Paço de Sousa – bem perto – a fazer-se sentir nos entrançados do portal principal, nos capitéis da capela-mor”. Lúcia Rosas acrescenta ainda que “o amplo portal ocidental, com quatro colunas de cada lado, duas das quais prismáticas, está muito bem desenhado, mostrando um tratamento decorativo de acentuado valor”. Assim, conclui que “o templo deve ter sido edificado rapidamente, beneficiando de condições técnicas, materiais e financeiras de excepção, no panorama da obra românica em Portugal”.

A cerca de oitenta quilómetros de distância, já em terras de Felgueiras, encontra-se o Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro, propriedade dos Sousa, considerado um dos conjuntos monásticos beneditinos mais ricos e influentes do Norte de Portugal. Também aqui, o portal principal representa um notável exemplo da escultura românica: “Os capitéis, de inspiração vegetalista e de magnífica execução, demonstram uma mão muito hábil no domínio da escultura em granito e representam o que de melhor se esculpiu nesta região”, afirma, peremptória, Lúcia Rosas.

Rota das igrejas e memoriais

Embora os mosteiros sejam o expoente máximo da singular arquitectura e escultura românica do Vale do Sousa, com destaque para o magnífico Mosteiro de Paço de Sousa, são muitas as igrejas da região que ostentam também “os reportórios decorativos caldeados e difundidos pelos estaleiros da Sé Velha de Coimbra, da Sé do Porto e da Sé de Braga, formando uma nova sintaxe, muito própria e muito regionalizada”, lembra Lúcia Rosas.

A figura humana está quase ausente dos motivos decorativos, que são essencialmente inspirados em temas animalistas, frequentes nos tímpanos dos portais, com clara função de defender as entradas dos templos. Convém recordar o enorme valor simbólico dos portais principais dos templos na época românica, considerados como “Portas do Céu”, “Pórticos da Glória” ou “Pórticos de Salvação”, o que justificava o cuidado posto na qualidade da escultura e na sua decoração e embelezamento (onde abundam também os temas geométricos e vegetalistas).

Cada uma das igrejas incluídas nesta rota apresenta pormenores que a distinguem das demais, pelo que todas acabam por contribuir de modo próprio para a originalidade românica que caracteriza a região. Uma das mais interessantes talvez seja a Igreja de São Vicente de Sousa, nas imediações do Mosteiro de Santa Maria do Pombeiro. Apresenta um belo portal composto por quatro arquivoltas e decorado com motivos vegetalistas, com a particularidade de o capitel exterior do lado direito representar, na aresta, uma cara. Na fachada norte, encontra-se o cemitério, e, na fachada sul, descobre-se um lacrimal sobre mísulas que denuncia a existência provável de um claustro. Mais uma vez, evidenciam-se os aspectos simbólicos das construções medievais: orientação canónica dos templos (com a cabeceira voltada a Oriente), com o lado norte (lado sombrio, da noite e da morte) decorado com esculturas apotropaicas (que afastam os males da Casa de Deus: cães, leões, serpentes, grifos, harpias e cruzes) e destinado aos rituais funerários e à tumula cão, e o lado sul (lado do sol, da luz e do calor) reservado aos aposentos monásticos e ao convívio.

De modo a dar maior profundidade ao portal da fachada principal, tornando-o ainda mais solene, os construtores criaram uma estrutura pétrea pentagonal saliente. Esta solução arquitectónica foi igualmente adoptada em outros templos do percurso norte, como as igrejas de São Salvador de Unhão e de Santa Maria de Airães e o Mosteiro de São Pedro de Ferreira.

No Percurso Sul, o realce vai para a Igreja de São Pedro de Abragão, em Penafiel. Nesse templo, entre outros aspectos, evidencia-se o friso exterior formado por motivos geométricos, que, segundo Lúcia Rosas, “recorda o modo de decorar das igrejas da época visigótica e moçárabe”. Sobranceira ao rio Tâmega, destaca-se ainda a Igreja de São Gens de Boelhe. Entre outras curiosidades, refira-se a originalidade na concepção escultórica dos capitéis do portal, onde surgem palmetas executadas a bisel, típicas do românico rural do Vale do Sousa.

Ainda na rota sul, são igualmente dignos de registo os dois memoriais, da Ermida e de Sobrado, monumentos funerários de cuja tipologia restam unicamente seis exemplares em Portugal. Embora a sua função não esteja ainda totalmente esclarecida, terão sido erguidos, segundo reza a lenda, junto da antiga rede viária medieval, em honra de D. Mafalda, filha de D. Sancho I, e serviram para assinalar os pontos de paragem na trasladação do seu defunto corpo para o mosteiro de Arouca. Frequentemente colocados em caminhos ou cruzamentos de vias, estes marmoriais ou marmoirais, como também são conhecidos, teriam um valor simbólico, evocariam a memória de alguém, serviriam para a colocação de túmulos ou marcariam a passagem de cortejos fúnebres.

Curiosamente, os dois exemplares incluídos na Rota do Românico, apesar de serem funcionalmente semelhantes, são de arquitectura bastante distinta. Enquanto o Memorial da Ermida (de meados do século XIII) se apoia sobre uma base pétrea rectangular, sobre a qual foi entalhada a cavidade sepulcral, encimada por um arco e um friso de folhas esculpidas a bisel, o Memorial de Sobrado, também conhecido como Marmorial da Boavista (possivelmente, também do século XIII), é térreo e não apresenta arco. É formado por duas cabeceiras verticais onde se apoiam duas lajes horizontais, correspondendo a inferior a uma tampa sepulcral, onde foi gravada uma longa espada e uma cruz grega dentro de um círculo (símbolo habitual na decoração tumulária e nas paredes das igrejas da época românica).   

Rota das torres e pontes

As duas pontes e as duas torres que completam a Rota do Românico nada têm que ver com a singularidade da escultura românica da Bacia do Sousa, constituindo, todavia, mais um indício relevante da importância da região nos alvores da nacionalidade.

A Torre de Vilar, nos arrabaldes de Lousada, assume-se claramente como um símbolo do poder senhorial sobre o território. Segundo os especialistas, “constitui um estimável testemunho da existência de domus fortis, a residência senhorial fortificada, na região do Vale do Sousa”. Da Torre do Castelo de Aguiar de Sousa, restam poucos vestígios, embora se saiba que desempenhou um papel importante na rede defensiva do território (a que os reis asturianos deram particular atenção) e que terá estado associada às guerras da Reconquista, tendo sido atacada por Almançor em 995.

Quanto às pontes, de Vilela e de Espindo, constituem um bom exemplo da arquitectura civil românica, que, ao escolher criteriosamente os locais e as técnicas de construção (com talhamares a montante, talhantes a jusante e arcos cuja altura exigia, por vezes, a solução de cavalete e dupla rampa), garantia que elas resistissem melhor ao tempo e às cheias. Além disso, mostram como a rede viária medieval se tornou um aspecto importante na comunicação entre as gentes e no desenvolvimento económico da região. Na opinião de Lúcia Rosa, apesar de estas pontes “corresponderem a uma cronologia avançada, a construção que apresentam recorda, em muitos aspectos, as pontes medievais que, nas épocas românica e gótica, constituíram uma boa parte do esforço construtivo de então”. Em suma, constituem também elas elementos patrimoniais importantes para ajudar a compreender o românico do Vale do Sousa, que, após séculos de esquecimento, começa a afirmar-se.

Enquanto projecto turístico-cultural, a Rota do Românico visa a recuperação, a beneficiação e a criação de condições de visitabilidade dos imóveis e a implementação de itinerários de valorização cultural e divulgação turística. Após ter sido distinguida em 2009 com o Prémio Turismo de Portugal na categoria de “Requalificação de Projecto Público”, voltou a ser galardoada, além-fronteiras, com o Troféu Internacional de Turismo, no âmbito da Feira Internacional de Turismo – FITUR 2010. As várias distinções e a sua recente inclusão na Transromânica, a maior rede de locais e itinerários românicos na Europa, mostram que este é, sem dúvida, um roteiro a descobrir.

Fonte:

SUPER 157 - Maio 2011

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