A História de Moisés

Salvo das Águas

 

Êxodo 2

Nasceu um rapaz! Como teriam ficado felizes a mãe, Jacobed, e o pai, Amram, se não fosse a recente lei do cruel rei do Egipto! Todos os recém-nascidos israelitas do sexo masculino deviam ser atirados ao rio Nilo.

Jacobed olhou para o seu lindo filho.

— Não vai ser afogado! — Declarou. — Escondê-lo-ei. Eu sei que Deus pode mantê-lo a salvo.

Ao princípio tudo correu bem. Mas o bebé pequenino depressa se tornou uma criança grande e irrequieta, cujo choro era cada vez mais forte. Enquanto o embalava para adormecer, Jacobed rezava e pensava, tentando tecer um plano. Então começou a fazer um berço de vime, que colheu na margem do rio, à maneira das embarcações que os pescadores construíam. Quando terminou, calafetou-o por fora com betume para que ficasse impermeável.

Enquanto o filho dormia, depositou-o com mil cuidados no berço e transportou-o até à margem do rio. Levou com ela a irmãzinha do pequenito, Maria. Colocou o cesto no meio do canavial, deixando a filha a vigiar, e apressou-se a voltar para casa.

Quieta como um rato, Maria agachou-se no seu esconderijo e esperou. Dali a pouco chegaram-lhe aos ouvidos risos e conversa. A princesa, uma das muitas filhas do faraó, vinha tomar banho, acompanhada das suas escravas. Maria continua com o coração a bater, descompassado, quando a princesa se deteve.

—           Olhem — exclamou. — Está ali um cesto no meio das canas. Vão buscá-lo.

Uma das escravas avançou por dentro de água, deitou a mão ao cesto e levou-o à princesa. Tanto bastou para a criança acordar. Olhou para aquelas caras desconhecidas e rompeu em pranto.

—           Pobre pequenino — disse a princesa, comovida. — Deve ser um filho dos israelitas.

A expressão bondosa que mostrou deu coragem a Maria, que se atreveu a aproximar-se.

—           Queres uma ama para a criança? — Perguntou

—           Sim, sim — respondeu a princesa. Maria correu para casa e foi buscar a mãe.

A princesa observou Jacobed com atenção e disse:

—           Leva este bebé e toma conta dele por mim. Eu pago-te um salário. Quando ele for maior, virá para o palácio e será educado como meu filho. Vou chamar-lhe Moisés, porque foi «salvo das águas».

Radiantes, Jacobed e Maria levaram para casa a criança, que chorava animadamente. Já não tinham de recear que alguém o visse. Deus salvara o pequeno Moisés. Durante mais alguns anos o rapaz ia continuar com elas e, assim, podiam tratar dele e protegê-lo.

 

Príncipe do Egipto

 

Êxodo 2

Jacobed criou o filho carinhosamente. Quando ele cresceu, contou-lhe como o Deus verdadeiro o havia salvo da morte e o protegeria, mesmo no palácio do rei. Um dia, Deus havia de salvar todo o seu povo daqueles sofrimentos e da escravidão.

Por fim, chegou o dia de Moisés ir para o palácio, para junto da

Princesa. Passou a vestir-se do mais fino algodão egípcio, comia as melhores iguarias e tinha escravos para o servirem. Em breve começou a ter aulas — aprendeu a ler, a escrever e muitas outras coisas além disso, pois os Egípcios eram sábios e cultos. Mas embora crescesse com a aparência de um egípcio, nunca se esqueceu de que era israelita. Recordava e amava o Deus do seu povo e não os muitos deuses e deusas estranhos, do Egipto.

Quando saía no seu belo carro, sentia-se indignado e desgostoso de ver o seu povo a mourejar e a suar sob o sol escaldante, para construir os grandes edifícios que o rei egípcio tanto se orgulhava de possuir. Ansiava por salvá-los daqueles senhores cruéis, que os chicoteavam de cada vez que eles paravam, mesmo que só para tomar fôlego.

Um dia apresentou-se-lhe uma oportunidade. Um egípcio espancou um escravo israelita até à morte. Moisés presenciou o acto e ficou furioso. Olhou em volta rapidamente. Não havia mais ninguém nas imediações. Então, Moisés matou o egípcio e enterrou o cadáver no solo arenoso e mole.

No dia seguinte, Moisés não pôde conter-se, ao ver dois homens do seu povo envolvidos em luta.

—           Parem com isso! — Gritou-lhes. Vocês são ambos israelitas!

—           Quem julgas tu que és? — Ripostou o homem que tinha começado a briga. — Também queres matar-me como fizeste àquele egípcio, ontem?

Afinal tinham-no visto! O segredo passou de boca em boca e a história espalhou-se até chegar ao palácio. O rei ficou muito zangado e mandou matar Moisés.

Por isso, para salvar a vida, Moisés viu-se forçado a abandonar o conforto principesco e as riquezas e a fugir para a região desértica de Mediam. Sentia-se profundamente magoado, pois o seu próprio povo, a quem ele tanto desejava ajudar, não o queria nem como príncipe nem como chefe.

 

Moisés Torna-se Pastor

 

Êxodo 2

Moisés tinha alimentado a esperança de conseguir livrar o seu povo da infelicidade e da escravidão, mas, em vez disso, viu-se obrigado a fugir do Egipto para salvar a vida.

Agora, na terra de Mediam, cheio de tristeza, sentou-se junto a um poço. Pouco depois aproximaram-se sete raparigas, todas irmãs. Vinham buscar água para encher o bebedouro para os rebanhos do seu pai.

Nessa altura, chegaram uns pastores, que empurraram as jovens para o lado e começaram a tirar água para os rebanhos deles.

Moisés levantou-se de um salto e acorreu em auxílio das raparigas. Tirou a água que elas queriam e, assim, as irmãs puderam voltar para casa, todas satisfeitas.

—           Chegaram cedo, hoje — exclamou Jetro, o pai.

—           Um egípcio valente livrou-nos daqueles pastores brigões

—           Explicaram-lhe.

—           E onde está ele agora?

—           Perguntou o pai. — Espero que não o tenham deixado ficar junto do poço. Voltem lá e convidem-no para o jantar.

As jovens foram logo ter com Moisés e trouxeram-no para casa.

Moisés ficou a viver com aquela família. Casou-se com Séfora, uma das filhas de Jetro, e tomava conta dos rebanhos do sogro. Conduzia-os através do deserto de vegetação enfezada, em busca de pastagens.

Antes príncipe no Egipto, Moisés tornara-se um pastor humilde e trabalhador.

 

Deus Chama Moisés

 

Êxodo 3-4

Passaram muitos anos e Moisés continuava a apascentar os rebanhos de Jetro, seu sogro.

Um dia encontrou-se no sopé do monte Sinai, onde as ovelhas e as cabras tasquinhavam a erva. Moisés olhou para cima e avistou um arbusto que parecia estar a arder. Ficou a olhar, ansioso, receando que o fogo se espalhasse através do deserto árido. Mas, embora as chamas brilhassem intensamente, a sarça não era consumida. Tomado de curiosidade, Moisés foi-se chegando, para ver o que se passava.

Então, ouviu uma voz que vinha mesmo do meio das labaredas. Moisés compreendeu logo que era a voz de Deus.

        Descalça as tuas sandálias, Moisés — disse Deus —, pois o terreno que pisas é sagrado.

Moisés obedeceu e ficou ali quieto, à espera. O coração batia-lhe muito depressa e ele cobriu o rosto com o manto.

        Eu sou o Deus de Abraão, Isaac e Jacob — disse Deus. — Escutei os lamentos e o choro do Meu povo, que é escravo no Egipto, e decidi libertá-lo. Tu, Moisés, vai conduzi-lo para fora do Egipto e para a terra que Eu prometi - dar à descendência de Abraão.

        Ele não, Senhor — pediu Moisés, aflito. — Por favor, não me envies como chefe deles. Eu não sou ninguém. Não seria capaz de cumprir essa missão.

        Mas Eu estarei contigo prometeu Deus. — Vou ajudar-te e serás bem sucedido. Trarás o Meu povo até aqui a este monte, para que Me adore neste lugar.

Mesmo assim, Moisés não queria voltar ao Egipto. Continuou a arranjar desculpas, mas Deus tinha resposta para todas elas. Deus disse a Moisés que o irmão dele, Aarão, podia acompanhá-lo e encarregar-se de falar por ele.

        Leva contigo a vara que tens na mão — ordenou Deus. — Usá-la-ás para fazer coisas prodigiosas, que hão-de provar ao Meu povo e ao rei do Egipto que Eu sou o Deus verdadeiro, mais poderoso que o faraó e os deuses que ele adora.

Com relutância, Moisés obedeceu a Deus. Tomou a mulher e os dois filhos e, de vara na mão, partiu para a terra do Egipto.

 

A Recusa do Rei

 

Êxodo 5

Moisés e a família puseram-se a caminho. Antes de chegarem ao Egipto, encontraram o irmão de Moisés, tal como Deus tinha prometido. Moisés contou a Aarão tudo o que Deus lhe dissera.

Começaram por convocar para uma reunião todos os anciãos israelitas.

— O Deus que chamou Abraão, Isaac e Jacob sabe de toda a vossa desgraça e vai libertar-vos — disse Aarão. — Deus prometeu aos descendentes de Israel que teriam uma terra deles. Agora Ele vai conduzir-vos para essa terra.

Levantou-se um clamor de alegria. As pessoas sentiam-se felizes e animadas. Finalmente, os seus sofrimentos iam acabar.

A seguir, Moisés e Aarão pediram uma audiência ao rei do Egipto.

        O Senhor, Deus de Israel, ordena que deixes o Seu povo partir deste país em liberdade — declarou Aarão.

        Quem é esse deus? — Perguntou o rei, com maus modos. — Eu não o conheço e de certeza que não vou fazer nada do que ele diz.

E voltou-se para os seus servidores.

        Façam esses escravos preguiçosos e molengões voltar ao trabalho!

Depois deu novas ordens aos chefes egípcios que tinham a seu cargo os operários.

        Até agora, têm-lhes dado a palha de que necessitam para fazer tijolos sólidos. A partir de hoje, eles que vão para o campo e apanhem a palha. Mas tratem de garantir que eles fabricam tantos tijolos como até aqui.

Era uma exigência impossível de satisfazer. Contudo, sempre que verificavam que havia menos tijolos, os inspectores do faraó chicoteavam os israelitas e tratavam-nos pior do que nunca.

O povo de Israel estava amargurado e revoltado. Tinham contado que Deus os ia salvar, mas as coisas iam de mal a pior. Os anciãos foram ter com Moisés e Aarão e disseram-lhes o que pensavam.

Moisés ficou desesperado. Então contou a Deus exactamente como se sentia preocupado e desiludido.

        Espera — disse Deus. — Eu vou cumprir a Minha promessa. Mas, como o faraó não Me obedece, vai ter de aprender umas lições muito duras. E o Meu Povo também começará a perceber como Eu sou grande e poderoso.

 

As Pragas do Egipto

 

Êxodo 7-10

Deus tinha prometido a Moisés que faria muitas coisas terríveis para levar o faraó, bem como o povo de Israel, a entender que Ele tinha poder para salvar o Seu povo.

Moisés e Aarão voltaram à presença do rei e avisaram-no de que, se não obedecesse a Deus e libertasse o Seu povo, toda a sorte de calamidades atingiria o Egipto.

Mas o faraó fez pouco deles e recusou-se a dar-lhes ouvidos.

Deus cumpriu a Sua promessa e o Egipto foi castigado com nove pragas -todas por ordem de Deus. A seguir a cada uma delas, Moisés dirigiu-se ao faraó e deu-lhe oportunidade de mudar de atitude e obedecer a Deus. Mas de todas as vezes o rei endureceu o coração.

Primeiro, Moisés ergueu a sua vara, segundo as ordens de Deus, e as águas fertilizantes do rio Nilo, que sustentavam todo o Egipto, transformaram-se num líquido vermelho, espesso e viscoso.

Depois vieram as rãs. Surgiram das águas estagnadas e saltavam por todo o lado, entrando nas casas, nos quartos e nas cozinhas.

Ao princípio, os mágicos da corte imitavam Moisés e demonstravam que também eles sabiam fazer prodígios extraordinários. Mas não conseguiam fazer nada para limpar as águas do Nilo ou para se verem livres das rãs.

O rei ficou aflito e prometeu a Moisés que deixaria o povo partir se o Deus deles ao menos afastasse as rãs. Moisés orou a Deus e as rãs morreram. Mas, assim que viu aquele problema resolvido, o rei mudou de ideias e voltou a dizer não a Moisés e a Deus.

Então, Deus enviou mosquitos, que picavam e zumbiam, e moscas enormes, que os atormentavam. De todas as vezes o rei prometeu a Moisés que, se Deus acabasse com a praga, ele deixaria partir o povo. De todas as vezes Moisés escutou o faraó e, de todas as vezes, ele deu o dito por não dito, quando viu a calamidade passada, e se recusou a permitir que os Israelitas se fossem embora.

As vacas, os cavalos e os jumentos morriam de doenças e até as pessoas viram o corpo inchar com tumores e rebentar com umas úlceras vermelhas e dolorosas. Mas, ainda assim, o rei disse não!

Desabou a tempestade e caíram sobre eles enormes pedras de granizo, quais projécteis mortíferos. Mas, na mesma, o rei se obstinou.

Uma praga de gafanhotos esfomeados cobriu tudo como uma nuvem negra e devorou-lhes todos os cereais.

Depois disso, a terra foi envolvida por trevas mais densas do que tinta preta, durante três dias seguidos.

 

O povo de Israel, em Gessen, não era atingido por estas calamidades. Deus tinha provado que era maior e mais poderoso do que todos os reis do Egipto e os seus mágicos astutos.

Mas, não obstante, o rei disse não!

 

A Última Praga

 

Êxodo 11

A cada praga que caía sobre o país e as gentes do Egipto, Moisés e Aarão iam ter com o faraó. Pediam-lhe que mudasse de atitude e escutasse Deus. Mas ele recusava-se a obedecer e a livrar o seu próprio povo de maiores desgraças.

Depois de Deus enviar o nono sinal — a escuridão total durante três dias seguidos —, o faraó ficou furioso.

        Desapareçam da minha vista! Gritou ele a Moisés. — Nunca mais vos quero ter à frente dos olhos.

        E não terás — respondeu-lhe Moisés. — Porém, como não queres modificar o teu pensamento, Deus tem de fazer mais uma coisa terrível. Depois disso, tu deixarás sair o Seu povo. Deus disse: «À meia-noite, passarei através de todo o território do Egipto e o filho primogénito de cada família morrerá. Desde o palácio real até à mais humilde cabana, haverá grande choro e luto por todo o país.»

Mas o faraó, obstinado, continuou a não dar ouvidos a Moisés, nem tão--pouco ao aviso de Deus.

Deus disse a Moisés que, tal como sucedera antes, o povo israelita não ia ser atingido por esta última praga, a mais dura.

Mas, desta vez, eles tinham de seguir as instruções de Deus, as quais Moisés lhes transmitiu. Se as famílias fizessem como Deus mandava, todo o filho mais velho ficaria a salvo quando o anjo da morte passasse através do país.

 

A Páscoa

 

Êxodo 12

Moisés tornou a convocar todos os anciãos israelitas para uma reunião.

— Escutem com atenção — disse-lhes. — Hoje, à noite, o Senhor vai enviar o anjo da morte, que passará através do Egipto, exterminando o filho primogénito de cada família em todo o país. Se querem ficar a salvo com as vossas famílias, eis o que o Senhor diz que devem fazer: «Avisa cada chefe de família para que escolha do seu rebanho um cordeiro ou um cabrito saudável e sem defeito. Deve matá-lo e com o sangue pincelar a ombreira e as duas vergas da porta de sua casa. Cada dona de casa há-de cozinhar a carne para uma ceia especial. Assim que escurecer, toda a família deve permanecer no interior.» O sangue nas portas será para Deus o

Sinal de que vocês são o Seu povo obediente e Ele não deixará que o anjo da morte fira as vossas famílias. Quando os vossos filhos vos perguntarem o que significa tudo isto, explicai-lhes que é a festa da Páscoa do Senhor — o dia em que Deus passou por cima das vossas moradas e vos poupou, quando morreram os primogénitos no Egipto.

Desde esse dia até ao presente, o povo de Israel celebra a Páscoa todos os anos, recordando como Deus os poupou nessa noite, que jamais se há-de esquecer.

 

Através do Deserto

 

Êxodo 12

Na noite em que Deus fez cair sobre o Egipto a última e terrível praga, todos os israelitas permaneceram dentro das suas casas, sãos e salvos. As mães

Prepararam um jantar delicioso, de cordeiro assado, tal como Deus destinara. Mas quando todos se prepararam para o comer, deixaram-se ficar com as suas roupas de viagem, pois Moisés avisara-os de que deviam manter-se prontos para deixar o Egipto logo que lhes fosse dada ordem.

A meia-noite irromperam gritos lancinantes de todas as casas do Egipto. Quando os Israelitas ouviram as lamentações, ficaram a saber que Deus cumprira o que havia dito. Em todos os lares dos Egípcios, o filho mais velho estava morto. O povo de Deus tinha sido poupado, porque obedecera e confiara n'Ele.

O faraó mandou imediatamente chamar Moisés e Aarão.

— Vão-se embora! — Trovejou. -Não permaneçam no meu país nem mais um dia. Levem as vossas mulheres e os vossos filhos, os animais e todos os pertences. Só quero que nos deixem em paz!

Sem demora, Moisés fez passar a palavra a todos, na terra de Gessen. Chegara a hora de abalar.

Os pais recomendavam às mães que se apressassem. A massa que tinham deixado a levedar não estava pronta, por isso embrulharam-na em panos e transportaram-na assim, com os tachos e panelas. As famílias inteiras saíam das suas casas, como uma torrente, e encaminhavam-se para o ponto de encontro que haviam combinado. Os carneiros e as cabras que levavam baliam e berravam, assustados, dificultando o andamento apressado.

Os Egípcios também assomavam às portas das suas casas e pediam aos Israelitas que se despachassem. Estavam tão ansiosos por vê-los partir que os enchiam de presentes de ouro e prata, de colares e pulseiras e de todo o género de objectos valiosos. Só desejavam que eles se fossem antes que mais alguma desgraça se abatesse sobre o país.

Mal olhando de relance para trás, toda aquela imensa multidão se pôs em movimento, com Moisés à frente. `Finalmente a promessa de Deus tornava-se realidade. Era o adeus ao Egipto para sempre.

O povo de Israel partiu do Egipto cheio de ânimo. Finalmente estavam livres dos Egípcios, que os tinham feito trabalhar tão duramente e os tinham tratado com tanta crueldade.

Agora, tendo Moisés como chefe, iam para o país que Deus havia prometido dar-lhes quando chamara Abraão para O seguir, centenas e centenas de anos antes.

Mas como iam eles encontrar o caminho para a Terra Prometida de Canaã? A toda a volta apenas se via o deserto. Não existiam estradas para seguir, nem quaisquer tabuletas que apontassem a direcção.

Deus disse a Moisés que eles não iam tomar o caminho mais curto para Canaã, porque havia guardas ao longo das fronteiras dos países que teriam de atravessar.

O Senhor não queria que o Seu povo fosse forçado a entrar em guerra tão pouco tempo depois de ter iniciado a uma rota mais longa e indicar-lhes-ia o caminho.

Deus ia à frente. Tinham sempre diante deles. Bem visível, uma coluna de nuvem, durante o dia, e uma coluna de fogo. De noite, e, deste modo. Sabiam que Deus estava com eles. Só tinham de deixar-se guiar, caminhando na direcção que a nuvem, ou o fogo, tomava. Se parava, mostrava-lhes que era altura de armarem as suas tendas, para permanecer naquele local por algum tempo. Mais tarde, a coluna de nuvem ou de fogo recomeçava a mover-se.

Fosse dia ou fosse noite, podiam prosseguir a caminhada, porque Deus, sempre presente, indicava-lhes o rumo.

Perseguidos e Encurralados

Êxodo 14

Entretanto, no seu palácio no Egipto, o faraó começou a matutar. Porque tinha deixado ir embora todos os escravos israelitas? Esqueceu-se por completo do tremendo flagelo que o levara a mandá-los partir. E agora dava voltas à cabeça, a pensar que já não havia quem fizesse o duro trabalho da construção dos seus grandiosos monumentos. Tinha de os obrigar a regressar.

Deu ordens para que os seus soldados preparassem os cavalos e os carros e partissem em busca dos Israelitas. Podiam avançar bem depressa através do deserto e não tardaria que localizassem a enorme multidão errante, que, com as crianças e os rebanhos, prosseguia lentamente. Depois bastaria cercá-los e conduzi-los de volta ao Egipto.

Os Israelitas estavam ocupados a montar o acampamento junto do mar Vermelho. Diante deles estendiam-se as águas do lago e, dos outros lados, alongava-se o deserto árido e inóspito. De repente, a azáfama do campo foi interrompida por gritos de alarme. Alguém acabava de avistar uma nuvem de poeira muito ao longe, no horizonte. Em breve, as sentinelas distinguiam a forma dos temidos carros de combate dos Egípcios, que se aproximavam a grande velocidade.

Uma onda de pânico percorreu o acampamento. Em pouco tempo, Moisés viu-se rodeado de um enxame de gente que clamava:

        Porque não nos deixaste ficar no Egipto, em vez de nos trazeres para o meio deste deserto horrível, para aqui sermos mortos? A culpa disto é toda tua!

        Não tenham medo — disse Moisés. — O Senhor tem poder para nos salvar dos Egípcios.

Mas os Egípcios avançavam a olhos vistos. A única hipótese de fuga que lhes restava era para a frente, e desse lado ficavam as águas do mar

Vermelho. Estavam encurralados!

Então Deus falou a Moisés:

        Eu vou salvar o Meu povo e mostrar aos Egípcios que sou Deus. Tudo o que tens a fazer é erguer a tua vara sobre as águas.

 

A Travessia do Mar Vermelho

 

Êxodo 14-15

Moisés fez exactamente como Deus lhe indicou. Ergueu a vara bem alto sobre o mar Vermelho. Começou a levantar-se um forte vento de leste, que varreu as águas do lago. Então formaram-se como que duas muralhas líquidas e ficou aberto um caminho seco no meio, o qual ia até à margem oposta.

Ao mesmo tempo, a nuvem de Deus, que os guiava, passou da frente deles para trás, de tal modo que os encobriu por completo da vista dos perseguidores egípcios. Quando a noite caiu, o brilho intenso da nuvem proporcionava aos Israelitas a luz para se orientarem a atravessar o lago.

Sem perda de tempo, toda a gente foi reunindo as famílias e os rebanhos e começou a dirigir-se ordenadamente para o caminho no meio do mar. Durante toda a noite caminharam em bom ritmo até à outra margem.

Por esta altura os egípcios com os seus carros e cavalos estavam quase a alcançá-los. Com grande alarido, meteram-se temerariamente atrás deles, pelo meio do mar. Mas em pouco tempo as rodas dos carros encravaram e atolaram-se na lama do fundo do lago. Os condutores espicaçavam os cavalos, mas em vão.

Quando surgiram os alvores da manhã, já os últimos Israelitas se encontravam a salvo na outra margem.

        Ergue de novo a tua vara sobre o mar — disse Deus a Moisés.

Mal este obedeceu, as águas voltaram a unir-se. Todo o exército egípcio pereceu.

        Nunca mais voltaremos a vê-los garantiu Moisés ao povo. Houve um grande clamor de alegria e alívio. Deus tinha-os salvo!

Moisés rompeu a cantar:

«Cantarei ao Senhor porque Ele alcançou uma vitória gloriosa.

Precipitou no mar os cavalos e os cavaleiros.

O Senhor é o meu poderoso defensor. Ele é Aquele que me salva.»

Então Maria, a irmã de Moisés, agarrou num adufe e pôs-se também a dançar e a cantar.

«Cantai ao Senhor, que alcançou uma vitória gloriosa.

Precipitou no mar os cavalos e os cavaleiros.»

Todos se lhe juntaram, com cânticos e danças de louvor a Deus, que os tinha salvo para sempre dos Egípcios.

 

O Maná do Deserto

 

Êxodo 16

Estavam terminadas as emoções da fuga do Egipto. Nunca mais lhes ia aparecer nenhum capataz de escravos.

Agora tinham de habituar-se a um novo género de vida. Com vagar, retomaram o caminho para Canaã, a terra que Deus lhes tinha prometido.

Mas não decorreu muito tempo até começarem a fartar-se da dureza da caminhada pelo deserto. Em breve esqueceram os trabalhos forçados e os maus tratos que haviam sofrido no Egipto e foram protestar junto de Moisés.

        Porque nos trouxeste para aqui? — Queixavam-se. — No Egipto tínhamos tanta comida quanto quiséssemos. Agora passamos fome e a culpa é tua!

Moisés não sabia que responder-lhes, mas Deus disse:

        Eu darei de comer ao povo — e explicou a Moisés o que ia suceder.

Moisés e Aarão voltaram para junto do povo com a mensagem de Deus.

        Quando resmungaram comigo — disse-lhe Moisés —, vocês resmungaram-na verdade com Deus. Ele é que vos fez sair do Egipto e Ele vos dará alimento. Hoje é noite e amanhã de manhã vão descobrir o que o Senhor vai fazer.

Naquela mesma noite, enormes bandos de codornizes passaram em voo muito baixo pelo acampamento, sobre as tendas de pele de cabra. Muitas das aves, extenuadas pelo voo prolongado, pousaram no chão. Foi um instante enquanto as apanharam e prepararam uma ceia saborosa.

Na manhã seguinte, aconteceu algo ainda mais surpreendente. Os Israelitas olharam para fora das tendas e viram que, à medida que o orvalho desaparecia, ficavam espalhados no chão uns flocos brancos que eles nunca tinham visto. Provaram-nos e eram doces, como bolinhos de mel. Não sabiam o que era e chamaram-lhe maná, que significa «o que é isto?». Todos os dias, excepto ao Sábado, o maná ali estava, à espera de ser apanhado. Podia-se comer cru ou cozinhá-lo. Deus disse-lhes que recolhessem apenas o suficiente para se alimentarem em cada dia, excepto ao sexto dia, que deviam apanhar quantidade que chegasse para dois dias. Isto queria dizer que ninguém precisava de trabalhar no dia especial de Deus, o Sábado.

 

Água no Deserto

 

Êxodo 15, 22-27, 17, 1-7

Água!... Água!... Ninguém conseguia pensar noutra coisa. Se é mau ter fome quando, suados e extenuados, vamos a palmilhar uma terra seca e abrasante, pior ainda é ter sede..

Durante três dias o povo de Israel foi--se arrastando para diante sem encontrar água para beber. Por isso, ficaram exuberantes quando, por fim, avistaram um charco de água límpida. Os que seguiam à frente correram e ajoelharam-se para beber, mas logo a excitação que lhes transparecia na cara deu lugar a uma amarga desilusão. A água tinha um sabor horrível!

— Faz qualquer coisa, Moisés -suplicaram.

Moisés pediu a Deus que lhes valesse. Deus mostrou-lhe um bocado de madeira que estava caído ali perto e ele atirou-o à água. O gosto amargo desapareceu e todos puderam matar a sede.

Os Israelitas ficaram gratos por acampar, pouco depois, em Elim. Era um oásis muito verde e agradável, onde as palmeiras abrigavam na sua sombra doze nascentes de água cristalina e cintilante. Ali, todos beberam até estarem saciados. Mas quase logo chegou a hora de desarmar as tendas e meter pés ao caminho.

No local onde acamparam a seguir não havia nem uma gota de água. Juntou-se uma multidão zangada, que foi procurar Moisés.

        Dá-nos água — disseram em tom ameaçador.

        Para que nos trouxeste até aqui? Para morrermos de sede?

Moisés sentia-se preocupado e mesmo um tanto receoso. Aquela gente estava exaltada e alguns já pegavam em pedregulhos, dispostos a atirar-lhos.

        Que posso eu fazer com esta

Gente? — Perguntou Moisés a Deus.

        Agarra na tua vara — respondeu Deus — e vai com os anciãos do povo até uma rocha que Eu te vou mostrar. Bate na rocha com a vara.

Moisés fez exactamente o que Deus disse. Quando bateu na pedra com a vara, jorrou água fresca e límpida, que ficou a correr em quantidade e deu para todos beberem e saciarem a sede.

Como Moisés desejava que os Israelitas aprendessem a lição de que Deus olhava por eles!

 

Moisés de Braços Erguidos

 

Êxodo 17, 8-16

Os Israelitas não eram o único povo que necessitava de alimento e bebida. Os Amalecitas, que viviam naquela parte do deserto, queriam ficar com o oásis só para eles e estavam decididos a impedir aqueles recém-chegados de partilhar das suas reservas de água. Aproximavam-se furtivamente do acampamento dos Israelitas e começavam a atacá-los.

Moisés percebeu que tinha de agir sem demora para repelir o inimigo. Escolheu Josué, um jovem muito valente, para comandar uma expedição de guerreiros contra os Amalecitas, logo no dia seguinte.

— Eu vou colocar-me no alto daquele monte ali — disse-lhes Moisés, para os encorajar — e ergo a vara que Deus me mandou trazer.

Os Israelitas partiram e Moisés subiu ao monte, tal como tinha prometido, acompanhado de Aarão, seu irmão, e de Hur, um outro chefe. Então Moisés levantou os braços para incitar os Israelitas ao combate e para pedir o auxilio de Deus.

Os Israelitas não estavam acostumados a guerrear, mas experimentavam uma coragem sempre renovada ao ver Moisés a segurar a vara com que tinha feito tantas maravilhas.

Moisés ficou com tantas dores nos braços que, de vez em quando, os deixava descair ao longo do corpo. Mas sempre que tal sucedia, os Israelitas mostravam-se hesitantes e ficavam na iminência de perder a batalha. Mal ele voltava a erguer os braços, eles ganhavam novo alento e faziam recuar os Amalecitas.

Passou hora após hora e Moisés tinha os braços cada vez mais cansados. Então, Aarão e Hur tiveram uma boa ideia. Arranjaram uma pedra com uma forma adequada para Moisés se sentar comodamente: Depois, colocaram-se um de cada lado e seguraram os braços de Moisés até ao pôr-do-sol. Assim, os Israelitas conseguiram repelir os Amalecitas, que nunca mais tentaram atacar o acampamento.

Para dar graças a Deus, Moisés construiu um altar naquele lugar. Ele sabia que era Deus que ia protegendo o Seu povo e lhe dava a força de que precisava.

 

Divisão de Tarefas

 

O povo de Israel prosseguiu a sua viagem até que chegou à montanha onde Deus, na sarça-ardente, chamara Moisés pela primeira vez. Deus prometera a Moisés naquela ocasião que o ajudaria a conduzir o povo até àquele lugar e tinha cumprido a promessa.

Mas Moisés sentia-se muito cansado. Era ele, sozinho, que tinha de planear e ponderar tudo para toda a gente. E, não raro, eles dificultavam-lhe ainda mais o trabalho, resmungando e queixando-se de tudo, apesar da bondade e da ajuda de Deus. A par de todo este trabalho, Moisés tinha de resolver todas as disputas e desentendimentos e ensinar às pessoas o que estava certo. E ficava ocupado a arbitrar as questões o dia inteiro.

Um dia, chegou ao acampamento um visitante inesperado. Era Jetro, o sogro de Moisés. Este ficou muito contente ao vê-lo. Jetro tinha ouvido contar muitas das coisas maravilhosas que Deus tinha feito pelo Seu povo, e Moisés não se fez rogado para lhe contar tudo o resto.

        Graças a Deus! — Exclamou Jetro.

Moisés não disse nada de todo o seu árduo trabalho, mas, no dia seguinte, Jetro pôde observar com os seus próprios olhos como ele tinha de atender uma interminável bicha de israelitas, que vinham pôr à sua consideração todos os seus problemas e desentendimentos.

        Porque estás tu todo o dia a atender esta fila tão grande de gente? — Perguntou ele a Moisés naquela noite.

        Tem de ser — respondeu Moisés. — Tenho de fazer de juiz e ensinar-lhes as leis de Deus.

        Por este andar, qualquer dia estás esgotado — avisou Jetro —, além de que as pessoas vão ficar cansadas de esperar tanto tempo pela sua vez de falarem contigo. Precisas de ajuda. Escuta o meu conselho e arranja quem te auxilie. Devem ser homens em quem possas depositar a tua confiança e que obedeçam a Deus. Deixa-os encarregara-se de resolver as questões mais comezinhas. Apenas precisarão de te trazer os casos especialmente difíceis.

Mesmo sendo um grande chefe, Moisés era suficientemente humilde para seguir o bom conselho de Jetro.

E escolheu homens respeitáveis para o ajudarem no trabalho de orientar e ensinar o povo israelita.

 

As Leis de Deus

 

Êxodo 19

O povo de Israel montou o acampamento junto ao sopé do monte Sinai, onde Deus tinha chamado Moisés pela primeira vez, para ser o chefe deles. Moisés subiu ao monte para ficar sozinho e sossegado, de modo que Deus pudesse falar com ele.

— Diz aos Israelitas — disse Deus — que Eu cuidei deles tal como uma ave olha pelos seus filhotes. Vou continuar a protegê-los, mas eles, por seu lado, têm de Me obedecer. Vou falar contigo, Moisés, diante de todos eles, para lhes mostrar que tu és de facto o chefe que Eu escolhi. Eles verão apenas uma nuvem mas ouvirão a minha voz.

Moisés apressou-se a descer ao acampamento para levar a mensagem de Deus a todos. Os Israelitas haviam realmente aprendido que Deus estava a olhar por eles, mas agora tinham de entender também que Deus é sagrado. Sagrado significa separado ou à parte. Deus não é um ser humano com falhas e defeitos. Ele é absolutamente bom, sem ter nada de mau. O Seu povo, portanto, tem de amá-lo e obedecer-lhe, fazendo o que é certo.

Moisés disse a toda a gente que se preparasse, pois Deus ia falar. Cada um devia lavar-se e lavar toda a roupa que vestia. Isto destinava-se a lembrar-lhes como deviam estar puros e limpos na presença de Deus.

Moisés traçou no chão um risco a toda a volta do sopé do monte. Ninguém, nem sequer um animal, podia passar para lá daquele limite e aproximar-se mais do monte de Deus.

Na manhã do terceiro dia, o estrondo ressonante de um trovão fê-los assomar à entrada das tendas. Moisés conduziu-os até à base do monte. O topo estava envolvido por uma nuvem, mas, enquanto eles olhavam, a nuvem transformou-se num fumo ameaçador e o trovão ribombou com mais força. A seguir, um toque prolongado e sonoro de trombeta pareceu fender o ar

As pessoas tremiam e agitavam-se, cheias de medo.

Moisés falou a Deus e em resposta fez-se ouvir o ribombar do trovão.

— Não nos obrigues a permanecer aqui — pediram as pessoas, atemorizadas. — Deus é demasiado grande e terrível para que nós O escutemos. Fala tu depois connosco e conta-nos tudo o que Deus for dizendo!

Então Moisés e Aarão partiram sozinhos pela encosta acima, para ir ouvir o que Deus tinha para dizer.

 

Os Dez Mandamentos Amar a Deus

 

Êxodo 20

Quando Deus falou com Moisés no monte Sinai, deu-lhe muitas leis para o povo cumprir. Deus, que é o nosso Criador, sabe melhor que ninguém o que nos fará felizes. Se os Israelitas obedecessem às Suas leis, haviam de viver felizes uns com os outros.

Algumas das leis que Deus deu a Moisés eram especialmente importantes para as pessoas daquele tempo, mas muitas delas são essenciais para toda a gente, em toda a parte. As mais notáveis ficaram conhecidas como os Dez Mandamentos.

Os três primeiros indicam-nos o caminho certo para nos relacionarmos com Deus.

Deus disse: «Não adores outros deuses nem faças ídolos para lhes prestar culto.» Este foi o primeiro mandamento.

Naquele tempo, os povos tinham muitos deuses e deusas, tal como acontecia no Egipto. Hoje as pessoas são capazes também de dedicar todo o seu amor e lealdade ao dinheiro e ao êxito. Deus ensinou que só Ele é Deus e o Criador de tudo. Só a Ele pertence ser adorado.

Os Israelitas provavelmente até pensaram que seria boa ideia fazer uma imagem que representasse Deus — a imagem de algo bonito e essencial à vida, talvez, como o Sol, por exemplo; ou algo com muita força, como um touro. Mas Deus sabia que, quando os homens constroem uma imagem, em breve passam a adorar a própria imagem. Esquecem que Deus é muito maior que qualquer das coisas que eles possam fazer ou imaginar.

Deus disse: «Não invoques o nome de Deus em vão.» Foi o segundo mandamento.

O nome de Deus é só para Deus. Ninguém deve usá-lo numa imprecação, nem prometer pelo nome de Deus fazer alguma coisa e a seguir voltar atrás com a palavra dada. Deve-se mostrar reverência a Deus, tratando o Seu nome com todo o respeito.

Deus disse: «Guarda o Sábado como dia sagrado.» Foi o terceiro mandamento.

Sagrado quer dizer separado ou à parte. O sétimo dia, o Sábado, deve ser deixado à parte, dedicado especialmente a Deus. Destinava-se a ser o dia de aprender mais sobre Deus e prestar-lhe culto. Era também para ser um dia feriado e feliz, em que até os animais tinham o descanso do seu trabalho.

Jesus resumiu todos estes mandamentos num único mandamento: amar a Deus com todo o nosso coração. Amamos a Deus quando Lhe obedecemos.

 

Os Dez Mandamentos
Amar os Outros

 

Êxodo 20

Os primeiros três dos Dez Mandamentos eram sobre a maneira de amar e obedecer a Deus; os outros sete referiam-se ao amor aos outros. Amar os outros significa tratá-los como gostávamos que eles nos tratassem a nós e não fazer nada que os possa magoar.

Deus disse: «Respeita os teus pais.» Foi o quarto mandamento.

Deus fez as famílias e pôs os pais a tomar conta dos filhos. O dever para com Deus inclui demonstrar carinho e respeito para com os pais.

Deus disse: «Não mates.» Foi o quinto mandamento.

É errado matar — por zanga, despeito ou crueldade ou a fim de obter dinheiro.

Deus disse: «Não cometas adultério.» Foi o sexto mandamento.

O plano de Deus era que marido e mulher deviam pertencer um ao outro para toda a vida. Cometer adultério é roubar o marido ou a mulher de outro. Deus diz que isso é errado. Deus disse: «Não roubes.» Foi o sétimo mandamento.

Ninguém tem o direito de tirar aquilo que pertence a outra pessoa. Deus disse: «Não digas mentiras acerca dos outros.» Foi o oitavo mandamento.

Ninguém deve dizer mentiras sobre outra pessoa, sobretudo se isso o vai deixar mal colocado. Também é muito feio contar mentiras sobre as pessoas por detrás das costas delas.

Deus disse: «Não cobices a mulher do teu próximo, nem coisa alguma que lhe pertença.» Foi o nono e o décimo mandamentos.

Cobiçar quer dizer desejar uma coisa que pertence a outra pessoa a ponto de ficar cheio de inveja dela.

Talvez um israelita, ao olhar para a casa ou para o jumento, ou mesmo para a bonita mulher de outro, pensasse que eram melhores do que os seus. Deus disse que ele não devia ficar com inveja nem tentar apoderar-se do que pertencia ao outro.

Quando acabou de falar, Deus disse a Moisés que lhe ia dar duas tábuas de pedra com as Suas leis gravadas. Assim, o povo saberia que aquelas eram as próprias leis de Deus.

 

Deus Que Cuida

 

Êxodo 21-23

Do mesmo modo que deu a Moisés os Dez Mandamentos, Deus deu-lhe inúmeras pequenas regras que ajudariam o povo a viver em boa harmonia e de maneira saudável. Deus queria que todos fossem leais e bondosos uns para os outros.

Deus demonstrou aos Israelitas, com essas leis, que tinha a Seu cuidado a segurança deles e os queria proteger.

No tempo de Moisés, as disputas estalavam constantemente e era frequente prolongarem-se por muito tempo. Se o membro de uma família era ferido, os parentes dele vingavam-se da ofensa. As retaliações, muitas vezes, conduziam a novas lutas e a mortes.

Deus ensinou o Seu povo a não manter inimizades de longa data. Se alguém era prejudicado ou maltratado, a pessoa que causara o dano devia ser castigada com justiça, mas a questão ficava assim arrumada. Esta lei do justo castigo determinava que era «olho por olho e dente por dente» — e nada mais.

Não se tratava de uma lei cruel e vingativa. O Senhor queria estabelecer um limite rigoroso que abrandasse os antigos costumes de vinganças selváticas.

Deus deu ao Seu povo leis que deixavam claro que Ele Se preocupava com aqueles que não tinham força para fazer valer os seus direitos.

Ele deu-lhes leis especiais para que os muito pobres, os estrangeiros e aqueles que não tinham capacidade para ganhar a vida recebessem assistência.

E frequentemente falou do seu cuidado especial para com as crianças órfãs e as viúvas, que já não tinham quem as sustentasse.

Os lavradores deviam deixar parte do cereal nos campos e alguns frutos nas árvores, para ficar alimento para os pobres. Se um homem pobre, que não conseguia pagar o que devia, tinha de entregar até a sua capa, esta havia de lhe ser restituída todas as noites, para que ele não dormisse com frio. O Senhor também incluía nas Suas leis regras que protegiam os animais.

Se um jumento caía sob o peso da carga, a lei de Deus determinava que quem passasse devia ajudá-lo a levantar-se, mesmo que o animal pertencesse ao seu pior inimigo. Se alguém visse uma ave no seu ninho, segundo a lei de Deus, devia deixá-la em liberdade e não lhe fazer mal.

As leis de Deus ensinaram ao povo como era Deus. Ajudaram o povo a compreender que o Senhor era justo e bom e que olhava por todos os pormenores da vida. Importava-se com todos, mesmo os mais insignificantes, e os acontecimentos normais do dia-a-dia eram do Seu cuidado. Deus queria que o Seu povo fosse como Ele.

 

A Aliança

 

Êxodo 24

Muitas centenas de anos antes do tempo de Moisés, Deus tinha chamado Abraão e fizera um acordo ou «aliança» com ele. O Senhor prometeu a Abraão que ele teria muitos descendentes e que, através deles, Deus abençoaria o mundo inteiro. Agora esses descendentes tinham-se tornado a nação de Israel.

Deus disse a Moisés que queria fazer uma aliança com todo o povo de Israel. Pela aliança, Deus, por Seu lado, comprometia-se a protegê-los e levá-los em segurança até à terra que lhes tinha prometido. Eles seriam o Seu povo eleito. Moisés contou a toda a gente esta boa notícia da promessa de Deus. A seguir disse-lhes o que lhes cabia cumprir pelo lado deles.

        Devem prometer obedecer a todas as leis de Deus e mandamentos que Ele vos deu — explicou-lhes.            Assim faremos, assim faremos — responderam eles com entusiasmo.

Moisés leu-lhes as leis de Deus para que compreendessem exactamente o que estavam a prometer fazer. Mas o povo tinha toda a certeza de que seria capaz de agradar e obedecer a Deus. Moisés construiu um altar com doze pedras enormes, no sopé da montanha. Cada pedra representava uma das doze tribos, ou clãs, descendentes dos filhos de Israel (que era o novo nome de Jacob).

Então Moisés tomou o sangue de alguns dos animais mortos para os sacrifícios e aspergiu o povo, para o ajudar a perceber que tinha sido feita uma aliança sagrada. Era como que uma maneira de assinar o acordo.

Não havia absolutamente nenhuma dúvida de que Deus cumpriria a Sua parte da aliança. Mas iria o povo de Israel manter a sua?

 

A Tenda de Deus

 

Êxodo 25-31

Durante todo o tempo que levaram a viajar para Canaã, os Israelitas viveram em tendas: Não podiam erigir um edifício onde prestar culto a Deus. O Senhor disse a Moisés que, em vez disso, eles haviam de montar uma tenda especial só para Deus, um santuário. E deu a Moisés instruções minuciosas para erguer o tabernáculo e a tenda e todos os objectos de culto e prometeu dar uma habilidade especial àqueles que concretizassem os planos.

O exterior da tenda devia ser feito de pêlo liso de cabra com uma cobertura de peles de ovelha, mas no interior haveria belas cortinas bordadas e objectos de

Ouro e prata. Num altar, decorado a ouro, manteriam incenso a queimar. Toda a estrutura seria desmontável e os objectos maiores teriam varais, de modo que, sempre que os Israelitas se deslocassem para outro local, pudessem transportar com eles a tenda de Deus.

A parte mais importante do tabernáculo ficava oculta, tapada com cortinas espessas. A peça especialíssima dentro desse Santo dos Santos era uma arca, mais ou menos do tamanho de uma secretária, onde ficariam depositadas as Tábuas da Lei. Devia ser feita de madeira, coberta de ouro, e a tampa ser de ouro puro. Havia duas estátuas de ouro sobre a tampa, anjos com as asas abertas para cobrir a arca, tal como Deus havia de cobrir os pecados e más acções das pessoas.

Moisés perguntava a si próprio como ia arranjar todos aqueles materiais preciosos de que precisava para construir a tenda de Deus. Deus disse--lhe que o povo os daria de boa vontade. E assim aconteceu.

Quando Moisés lhes contou da tenda, eles ficaram tão entusiasmados que logo trouxeram tudo o que Moisés queria — linho fino e lã, anéis e colares. Todas as coisas preciosas que os Egípcios os tinham feito aceitar, ao saírem daquele país, tudo isso trouxeram.

 

O Bezerro de Ouro

 

Êxodo 32

Quando Moisés subiu a encosta do monte para ir falar com Deus, os Israelitas, cheios de espanto, ficaram a olhar para o ponto onde ele desaparecera. A nuvem no cimo do monte refulgia e cegava-os com a intensidade do brilho. E os dias foram passando e Moisés não voltava. •

Começaram então a ficar fartos de estar ali a olhar, sempre à espera.

        Queremos pôr-nos de novo a caminho — disseram a Aarão. — Não fazemos a mínima ideia do que aconteceu a Moisés. Faz-nos tu um deus que nos conduza em vez do outro.

        Tirem os vossos brincos de ouro e tragam-mos — disse-lhes Aarão.

Satisfeitos, todas entregaram os ornamentos de ouro que usavam e Aarão derreteu-os todos. A seguir modelou um bezerro.

        Aqui está o nosso deus — gritaram todos, radiantes de alegria.           Amanhã realizamos uma grande festa em honra do deus — prometeu Aarão, e os outros concordaram entusiasticamente.

No dia seguinte, deram início às celebrações. Colocaram o bezerro sobre um pedestal e puseram-se a dançar em volta dele. Fizeram um festim e beberam de tal maneira que não tardou que se excitassem e transformassem a festa numa orgia de bêbados.

Deus sabia o que se estava a passar.

        Volta lá para baixo, Moisés

— Disse Ele. — O povo já desrespeitou a Minha lei.

Deus estava zangado e triste de ver que eles tão depressa quebravam as promessas solenes que Lhe tinham feito.

Moisés apressou-se a descer do monte, trazendo com ele as duas tábuas de pedra, nas quais estava gravada a Lei de Deus. Josué, que era o seu braço direito, encontrava-se com ele.

        Parece, pelo barulho, que estão a travar uma batalha — comentou Josué, intrigado com todo o ruído que lhes chegou aos ouvidos.

        Isto não é luta, é cantoria — respondeu Moisés sombriamente.

Quando Moisés se aproximou e viu o povo a dançar e a fazer cabriolas em volta da imagem do bezerro, ficou furioso. Atirou ao chão as tábuas de pedra que Deus lhe tinha dado, fazendo-as em mil bocados. A seguir avançou para o acampamento e agarrou a imagem de ouro.

        Porque os deixaste proceder assim? — Perguntou, irritado, a Aarão.

        Não te zangues comigo — suplicou Aarão. — É tudo culpa deste povo mau e obstinado.

Moisés desfez a estátua até a transformar em pó, dissolveu o pó de ouro em água e obrigou os Israelitas a beberem o líquido.

No dia seguinte, quando o povo já estava subjugado e cheio de vergonha, Moisés disse:

        Vocês cometeram um pecado terrível. Mas eu vou subir de novo à montanha e pedir a Deus que vos perdoe.

 

Restabelece-se a Ordem

 

Êxodo 33-34

Moisés suplicou a Deus que perdoasse ao povo ter feito o bezerro de ouro e tê-lo adorado. Ofereceu-se para carregar ele próprio com a culpa, mas Deus disse que quem quer que pratique a má acção é que deve ser responsabilizado por ela. O povo ia ser castigado.

Deus sabia que, por mais arrependidos que pudessem estar naquele momento, os Israelitas iam continuar a desobedecer-lhe e a praticar o mal muitas vezes. Por isso deu instruções a Moisés sobre o que eles tinham de fazer para compor as coisas.

Do lado de fora da tenda de Deus, a tenda da reunião, devia haver um altar, onde seriam oferecidos sacrifícios de animais.

Alguém que fizesse alguma coisa errada e quebrasse a lei de Deus devia trazer um animal para que o sacerdote o oferecesse a Deus. Podia ser um carneiro ou um touro novinho.

Essa oferenda era a maneira de mostrar a Deus que estava sinceramente arrependido pelo que tinha feito e de Lhe pedir perdão. A morte do animal não retiraria dele o pecado, mas o perdão amoroso de Deus endireitá-lo-ia.

As pessoas traziam animais para os sacrifícios, assim como oferendas de cereais, noutras ocasiões, como forma de dizer «Obrigado!» a Deus.

Depois de o povo de Israel ter quebrado por completo a aliança com Deus, ao pedir a Aarão que lhe fizesse a imagem do bezerro para adorar, Moisés teve medo que Deus não quisesse continuar a protegê-los.

— Se não nos acompanhares, não queremos prosseguir a nossa viagem — disse ele a Deus.

— Eu estarei ainda convosco — prometeu Deus. — E chegou a altura de partirem deste monte e continuarem o vosso caminho.

As pessoas devem ter ficado muito aliviadas quando Moisés voltou para junto delas e lhes contou que Deus continuava disposto a cumprir a sua parte da aliança Vocês devem recomeçar do princípio, agora — explicou Moisés. — Têm de prometer outra vez que guardarão a lei de Deus.

 

Terra Prometida à Vista

 

Números 13

Sempre que o povo de Israel levantava o acampamento para iniciar outra etapa da sua viagem, tudo era cuidadosamente planeado. Deus tinha dito a Moisés como organizar tudo.

Moisés mandou fazer duas trombetas especiais, de prata, para fazer sinais para todo o acampamento. Se ouvissem ambas as trombetas, todas as pessoas se deviam dirigir sem demora para a tenda da reunião, a fim de escutar as

Õ

Instruções de Moisés. Um único toque de uma trombeta era a chamada para os chefes do povo. As trombetas também davam o sinal para as tribos se porem em movimento.

Homens escolhidos da tribo de Levi transportavam a tenda da reunião e tudo o que a ela pertencia, indo seis tribos à frente deles e seis atrás. Quando montavam o acampamento, todo o povo erguia as tendas na mesma ordem, respeitando os grupos de família e mantendo a tenda da reunião no meio deles.

Ao fim de muito tempo chegaram ao oásis de Cades (Ain Qadés), donde se avistava a Terra Prometida. Todos ficaram excitados. Ali acabava a longa viagem.

   A terra que Deus nos prometeu estende-se diante de nós — disse Moisés. — Preparai-vos para entrar nela e tomá-la.

   Devíamos primeiro mandar alguns exploradores à frente — sugeriu

Alguém —, para que vejam como é a terra.

Moisés concordou e escolheu doze homens, um de cada uma das doze tribos. Em seguida deu-lhes estas instruções:

   Entrem em Canaã e observem tudo o que vos rodeia — disse-lhes. — Vejam como é a terra e que cereais ali crescem e tragam-nos frutos do que encontrarem. Reparem também nas gentes que ali habitam, que aparências têm e se são fortes.

Os homens escolhidos partiram e o povo instalou-se ali, à espera que eles regressassem.

 

É Melhor Desistir!

 

Números 13-14

Durante seis semanas os espias israelitas exploraram a terra de Canaã. O povo esperou com ansiedade que eles voltassem e, quando os viram chegar, aglomeraram-se à volta deles, desejosos de ouvir as notícias que traziam.

        É um país maravilhoso — começaram os recém-chegados a dizer. — Olhem só estes frutos que colhemos!

Mostraram figos maduros e romãs esplêndidas e apontaram para uns enormes cachos de uvas, de fazer crescer água na boca, que dois deles traziam presos numa vara.

Depois as vozes deles esmoreceram com desânimo.

        Aquela terra nunca poderá ser nossa — continuaram. — As cidades são fortificadas e os habitantes têm o tamanho de gigantes. Parecíamos uns gafanhotos ao lado deles.

Ao ouvir estas más notícias, o povo começou aos gritos e foi queixar-se amargamente a Moisés:

        Nunca devíamos ter saído do Egipto! Deus deve odiar-nos para nos fazer percorrer uma distância tão grande e morrer no deserto, pois nunca conseguiremos apoderar-nos daquele país!

Então Caleb, um dos espias, que tinha permanecido calado até àquele momento, tomou a palavra: —           Claro que Deus pode dar-nos a terra que nos prometeu. Vamos preparar-nos para entrar nela!

Josué, que também tinha integrado o grupo explorador, juntou-se a ele, exortando as pessoas a confiarem que Deus os ajudaria. Mas os outros dez abanaram a cabeça e continuaram a insistir:

        Nunca o conseguiremos. É, melhor desistir!

O povo acreditou nos dez espias e não deu ouvidos a Caleb e a Josué. Durante toda a noite continuaram a gemer e a lamentar-se perante Moisés.

        Seremos todos mortos. Tratemos de regressar ao Egipto! Quando Caleb e Josué insistiram em convencê-los a confiar em Deus, eles começaram a deitar a mão a pedras para os maltratar.

No mesmo instante, a luz ofuscante da nuvem de Deus refulgiu sobre a tenda da reunião.

No silêncio que se fez repentinamente, Deus falou a Moisés.

— Este povo não quer acreditar que Eu posso dar-lhe a terra que lhe prometi. Não vão obedecer-me e não entrarão nela. Por isso, hão-de vaguear pelo deserto durante quarenta anos. Mas os filhos deles entrarão naquela terra e os Meus dois servos fiéis, Caleb e Josué, irão com eles. Amanhã, devem dar meia volta e afastar-se das fronteiras de Canaã, para voltar ao deserto árido e inclemente.

 

Moisés Perde a Paciência

 

 

Números 20

Depois de se afastarem das fronteiras de Canaã, os Israelitas andaram errantes de um oásis para outro.

Certa vez, não havia água no local onde acamparam. Esqueceram de todo em todo que Deus lhes tinha dado sempre a água de que necessitavam. Como de costume, foram ter com Moisés a resmungar e a queixar-se.

— Porque nos trouxeste para este horrível deserto? — Reclamaram. — Porque não nos deixaste ficar no E2ipto? Queremos comer figos e uvas e romãs, mas nem sequer encontramos água para beber!

Moisés e Aarão bem sabiam que era exclusivamente por culpa do povo que, nessa altura, não se encontravam todos já em Canaã, saboreando a melhor

Fruta. Não obstante, dirigiram-se para a tenda da reunião e esperaram a resposta de Deus.

— Pega na tua vara, Moisés — disse Deus — e reúne o povo em assembleia. Depois, diante de todos, fala com aquele rochedo ali e Eu farei brotar água da pedra para eles.

Moisés agarrou na sua vara e disse ao povo que o seguisse. Mas no íntimo, ele sentia-se furioso. Havia anos que suportava as murmurações dos Israelitas e todos os insultos que proferiam contra a sua pessoa e contra Deus. Agora, parecia-lhe que não estava para aturar aquilo por mais tempo.

— Oiçam cá, seus rebeldes — gritou. — Será que tenho de fazer brotar água deste rochedo para vocês?

Não procedeu como Deus tinha mandado. Em vez disso, tomado de fúria, bateu na rocha duas vezes com toda a força.

A água jorrou em abundância, escorrendo pela pedra. Todos se apressaram a encher recipientes e a arrecadar uma preciosa reserva de água.

Mas Deus não estava satisfeito com Moisés. Ele tinha-lhe desobedecido e decidira fazer as coisas à sua maneira. Só demasiado tarde Moisés o percebeu e lamentou profundamente o seu ataque de mau génio.

 

A Serpente de Bronze

 

Números 21

Os anos foram decorrendo lentamente e o povo continuava a calcorrear o deserto, como Deus tinha dito, sem chegar à Terra Prometida. Às vezes, parecia que estavam a aprender a confiar em Deus, mas ainda assim resmungavam — em especial a respeito da comida.

 

— Porque nos trouxeste para este deserto, Moisés? — Clamavam. — Já estamos enjoados deste maná que Deus manda!

Deus tinha sido bondoso e dera-lhes, vezes sem conta, tudo aquilo de que precisavam. Desta feita, resolveu ensinar-lhes a lição de uma maneira diferente.

O acampamento ficou infestado de serpentes. Uma após outra, cada vez mais pessoas soltavam gritos aflitivos, ao darem por uma serpente venenosa e ameaçadora a esgueirar-se para dentro da sua tenda ou enroscada entre os toros, quando iam buscar lenha para alimentar as fogueiras.

As serpentes surgiam por toda a parte, a sibilar e arreganhando os dentes venenosos. Muitos dos israelitas foram mordidos e adoeceram com febres altas, devido ao veneno ardente. Algumas pessoas correram à procura de Moisés.

        Sabemos que agimos mal ao murmurar — disseram —, mas, por favor, pede ao Senhor que afaste daqui estas terríveis serpentes.

Moisés rezou e Deus indicou-lhe como remediar a situação.

        Faz uma serpente de bronze — disse o Senhor. — Depois prende-a num poste, que fixarás bem alto, de modo que de todos os lados a avistem. Quem sofrer uma mordedura venenosa deve levantar os olhos para a serpente de bronze e experimentará logo melhoras.

Moisés procedeu como Deus mandara e todos os que obedeciam às ordens divinas e dirigiam o olhar para a serpente de bronze sentiam-se logo mais aliviados, tal como fora prometido. Claro que não havia qualquer magia na serpente. Era a confiança em Deus e a obediência que os fazia restabelecer.

 

Balaao e a Sua Jumenta

 

Números 22-24

Os Israelitas voltaram a aproximar-se de Canaã e instalaram o seu acampamento não muito longe das fronteiras. Balac, rei e chefe militar do povo moabita, tinha ouvido dizer que os Israelitas vinham a caminho da sua Terra Prometida e estava decidido a impedi-los de lá chegar. Em vez de mobilizar os seus soldados para lhes dar guerra, enviou emissários a buscar Balaao, um sábio famoso.

        Contem-lhe desta enorme nação — ordenou Balac aos seus homens — e peçam-lhe que venha pronunciar uma maldição terrível contra eles.

Os emissários chegaram a casa de Balaao e transmitiram-lhe a mensagem. Também apresentaram uma grande saca cheia de ouro, que seria dele se obedecesse ao rei.

Naquela noite, o Senhor disse a Balaao que não devia deixar-se persuadir a ir amaldiçoar o povo que Deus tinha prometido abençoar. Mas, quando o rei Balac enviou outros, missionarios, ainda com mais tesouros, Balaão disse sim.

E partiu, montado na sua mansa jumenta, que lá foi caminhando, toc--toc. De repente, a jumenta desviou-se da estrada, metendo pelo meio dos campos.

Balaao, impaciente, vergastou-a. Ele tinha a cabeça demasiado cheia de imagens de ouro para reparar no que o animal tinha visto.

O anjo de Deus estava postado no caminho, diante deles, impedindo a passagem.

A jumenta avançou cautelosamente e coseu-se com o muro que ladeava a estrada, para passar ao lado do anjo. O pé de Balaao raspou nas pedras e ele soltou um grito de dor e de raiva e, de novo, deu umas boas vergastadas na pobre jumenta.

O anjo voltou a colocar-se à frente deles e desta vez o animal, assustado, ajoelhou-se, recusando-se a andar.

Com isto, Balaao enfureceu-se e desatou a espancar a jumenta.

De repente, com grande espanto dele, ouviu a sua jumenta, tão mansa e paciente, falar.

— Porque me bates? — Perguntou ela. — Alguma vez, até hoje, te desobedeci?

Só então os olhos de Balaao se abriram e ele próprio viu o anjo. Este mostrava uma expressão muito séria. — Não devias ter maltratado a tua jumenta. Ela salvou-te a vida quando parou mal eu mandei. Agora, prossegue a tua viagem, se é o que tens a fazer, mas dirás apenas aquilo que eu te ditar.Balaão chegou finalmente junto do rei Balac, que preparou tudo cuidadosamente para que ele proferisse a maldição sobre Israel

Procurar no site

 


Protegido pelo Copyscape localizador Web de Plágio
Ter amor e caridade
Uma terra com Futuro

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 556



Ler mais: https://borba-de-godim.webnode.pt/

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 556



Ler mais: https://borba-de-godim.webnode.pt/

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 556



Ler mais: https://borba-de-godim.webnode.pt/

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 556



Ler mais: https://borba-de-godim.webnode.pt/

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 5



Ler mais: https://borba-de-godim.webnode.pt/

Farmácias de serviço

 

Farmácia LIMALIXA

 

Largo Dr. José Joaquim Coimbra,

4615-648 Vila Cova da Lixa
255 483 104

 

Farmácia Morais Lixa

Largo santo António n º2
4615-581 Lixa

924 116 556

Borba de Godim ©2008/2020 Direitos reservados

Crie o seu site grátisWebnode