Jonas o Profeta
Desobediente
Jonas 1
Um dia, Deus disse ao profeta Jonas: — Tenho uma mensagem para levares ao povo de Nínive. Sabes como eles são cruéis e maldosos. Deves dizer tanto ao rei como ao povo que, se não se arrependerem das suas más acções e mudarem de vida, Eu vou castigá-los.
Jonas não queria fazer o que Deus mandava. Estava disposto a pregar ao povo de Deus em Israel, mas não percebia por que razão havia de ir para uma nação estrangeira. E que nação! Nínive era a capital do grande império assírio. Todos conheciam a crueldade dos Assírios. Eles não mostravam nem uma ponta de misericórdia para com aqueles que conquistavam.
«Se eu for para Nínive e lhes falar acerca de Deus — pensou Jonas —, eles são capazes de se arrepender dos seus pecados e prometer a Deus que vão mudar. Então, o Senhor há-de perdoar-lhes e decidir não os castigar. Só que eles merecem o castigo e não que eu vá avisá-los antes.»
Jonas resolveu, portanto, afastar-se o mais possível de Nínive... e de Deus. Pôs-se a caminho do porto marítimo de Jafa, onde atracavam muitos barcos, prestes a navegar para lugares próximos e distantes. Um deles, segundo Jonas apurou, ia partir para Társis, uma terra tão longínqua que os habitantes de Israel apenas tinham ouvido falar dela através das histórias dos marinheiros.
Jonas pagou a sua passagem e embarcou. Estafado da longa caminhada que fizera e do conflito interior com Deus, desceu ao porão e deitou-se a dormir. Quando acordasse, já se encontraria bem longe da missão insuportável de que Deus o tinha incumbido.
Jonas pouco depois já dormia profundamente. Os gritos da tripulação, quando soltava as amarram e quando se reparava para fazer-se ao mar, não o acordaram. Ao princípio, o balançar suave da embarcação sobre as ondas
Ajudou-o a relaxar a mente e o corpo, exaustos.
Mas antes que tivessem ido longe, um, vento forte começou a chicotear as águas. As ondas erguiam-se cada vez mais alto para logo virem chocar com toda a forca contra o casco do navio ou se abaterem sobre o convés.
Os marinheiros punham toda a sua energia na tentativa de manter o barco na sua rota.
Já em desespero lançaram parte da carga pela borda fora a fim de tornar o navio mais fácil de comandar. Mas as sólidas vigas de madeira pareciam frágeis como paus de fósforo entre os dentes da tormenta. Depressa se aperceberam de que o barco ia naufragar e todos eles morreriam afogados.
A tripulação, em pânico, desatou aos gritos, apelando cada qual para o seu Deus.
O capitão desceu ao porão e, com grande espanto, descobriu que Jonas continuava a dormir. Abanou-o insistentemente e chamou-o.
— Acorda! Reza aos teus deuses! Se esta tempestade não abrandar, estamos todos perdidos!
Lá em cima, na coberta, os marinheiros falavam e teciam considerações.
— Calculo que devemos ter um patife a bordo — disse um deles. — Os deuses estão irados e mandaram esta tempestade para o castigar. Vamos lançar as sortes para saber de quem é a culpa.
Os outros concordaram. Quando tiraram à sorte, saiu que o culpado era Jonas.
— Confessa, Jonas! — Imploraram-lhe. — Diz-nos quem és e que mal fizeste para atrair uma desgraça tão grande sobre todos nós.
— Eu sou hebreu — respondeu Jonas. — Adoro o Deus que criou o céu e a terra. Vocês têm razão. Pequei contra Deus. É que sou profeta do Senhor, mas desobedeci às Suas ordens e vou a fugir d'Ele.
— Isso é tremendo! — Exclamaram os marinheiros.
— Mas como havemos de corrigir o teu mau passo, para deter esta tempestade?
— Atirem-me borda fora respondeu Jonas, com imensa coragem.
Os marinheiros eram boas pessoas e não queriam que Jonas se afogasse. Por isso fizeram uma última tentativa de levar o barco para o lado de terra, deitando mão aos remos. Mas eram impotentes contra a força da tormenta. Tinham mesmo de proceder conforme Jonas dissera
— Por favor, Deus de Jonas
— Suplicaram —, não nos culpes por lançá-lo ao mar. Não queremos fazer-lhe mal, mas é a nossa última esperança e foste Tu que enviaste a tempestade.
A seguir, pegaram em Jonas e arremessaram-no por cima da amurada. Imediatamente o vento começou a abrandar, as vagas amansaram e, em breve, o mar voltou a ficar calmo.
A tripulação ajoelhou-se no convés, cheia de temor, e de novo rezou ao Deus de Jonas:
— Cremos que és o único Deus verdadeiro. A partir de hoje, servir-vos-emos e só a vós prestaremos culto — prometeram
Jonas tinha demonstrado grande coragem quando disse aos marinheiros que o lançassem ao mar encapelado. Mas quando se precipitou da amurada do barco nas águas revoltosas e cheias de espuma, sentiu o terror apossar-se dele.
Mergulhou fundo, fundo, fundo. As pontas verdes e ondulantes das algas roçavam-lhe pelo pescoço e pelos pés. Um ruído fortíssimo encheu-lhe os ouvidos e sentiu a boca e os pulmões invadidos pela água. Então implorou a Deus que o salvasse.
Um vulto descomunal surgiu das profundezas do oceano e, quase no mesmo instante, Jonas viu-se no interior do mais gigantesco peixe que alguma vez pudera imaginar.
Não morrera afogado!
Ainda estava vivo!
Jonas não pensou sequer no que poderia suceder-lhe a seguir. Sentiu-se cheio de gratidão a Deus. Tinha a certeza de que o aparecimento daquele peixe enorme era tanto obra de Deus como a violenta tempestade.
— Obrigado, Senhor! — Cantou Jonas no meio da escuridão sufocante. — Salvaste-me da morte!
Ao terceiro dia, o peixe nadou até junto de terra. A uma ordem de Deus, lançou Jonas, são e salvo, para a praia.
— Vai para Nínive, Jonas — disse-lhe Deus pela segunda vez.
Jonas tinha aprendido a lição.
E obedeceu.
Quando Jonas chegou a Nínive e viu a grandiosidade daquela capital, quase parou de respirar. Levou um dia inteiro a percorrer a cidade de lés a lés, incluindo os subúrbios.
Ia andando e pregando. Falou, quer ao rei quer ao povo, acerca do Deus da terra e do céu que não ia continuar a transigir com a crueldade e a maldade deles. Deviam reconhecer como tinham procedido mal e arrepiar caminho, ou então o Senhor castigá-los-ia, a eles e à cidade orgulhosa.
Toda a gente o escutou e tomou muita atenção.
Desde o rei e por aí abaixo, voltaram-se para Deus e pediram que lhes perdoasse.
O Senhor ficou contente, pois não desejava ter de castigar Nínive.
Mas Jonas ficou muito irritado.
— Eu não disse que isto ia acontecer — disse ele a Deus. — Se eu fugi da primeira vez foi porque tinha medo de que perdoasses a estes terríveis Assírios. Estás disposto a mostrar complacência para com os nossos piores inimigos, que nunca usaram de nenhuma piedade connosco. Oh, quem me dera morrer!
A seguir, Jonas saiu de Nínive. Sentou-se num lugar alto, a certa distância, e ficou a observar a cidade. Ainda tinha esperança de que Deus, ao fim e ao cabo, decidisse enviar fogo ou enxofre sobre ela. Mas o calor do sol do meio-dia em breve se tornou insuportável e Jonas sentiu-se mais desanimado do que nunca.
Então Deus, que tinha providenciado tanto a tempestade como o peixe, fez crescer uma árvore que dava muita sombra, para proteger Jonas dos ardentes raios do Sol. À medida que foi refrescando, Jonas sentiu-se melhor.
Mas Deus disse a um verme minúsculo para roer as raízes da árvore de Jonas e, na manhã seguinte, a planta tinha secado e morrido.
À medida que o calor do Sol aumentou e como já não podia abrigar-se à sombra, Jonas foi ficando cada vez mais irritado e acabou mais desesperado do que nunca.
— Que direito tens tu de estar zangado por essa árvore ter morrido? Perguntou-lhe Deus.
— Tenho todo o direito! — Repontou Jonas, — Ao menos, tornava a minha vida suportável. Agora sinto-me tão miserável que melhor era morrer do que viver.
— Jonas — disse Deus com voz branda —, estás zangado porque a árvore morreu, mas tu não fizeste nada para que ela crescesse ou para a manter viva. Estava aí um dia e, no dia seguinte, foi-se. Então, como julgas tu que Eu me sentirei perante a ideia de aplicar um castigo e dar a morte a todos os habitantes de Nínive? Trata-se de homens, mulheres e crianças que Eu criei e de quem cuidei durante muitos anos. Eles não tiveram oportunidade de Me conhecer e de Me amar até tu chegares. Não achas que Eu devia compadecer-me deles e poupá-los, assim como a todos os seus animais?
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